A companhia elétrica Cemig realizou o seu Dia do Investidor (ou
Investor Day) na última terça-feira (20), com foco no seu Plano
Estratégico até 2028. O evento contou com a presença da alta
administração, membros do conselho e um representante do governo de
Minas Gerais.
Para o JPMorgan, a mensagem geral continuou positiva, com
aumento dos investimentos em distribuição, desinvestimentos de
ativos não essenciais, estrutura de capital saudável e remuneração
adequada dos acionistas.
A empresa tem como objetivo investir mais de R$ 23 bilhões em
distribuição de energia, R$ 4 bilhões em transmissão, R$ 6 bilhões
em geração e R$ 1,3 bilhão em distribuição de gás até o final de
2028. O ritmo atual dos investimentos é mais de 5 vezes maior que o
de 2018.
No lado dos desinvestimentos, o JPMorgan destaca que a Cemig
(BOV:CMIG3) (BOV:CMIG4) ainda planeja vender sua participação na
Taesa, mas não há nenhum processo formal em andamento.
Apesar dos dividendos adicionais declarados nos resultados do
segundo trimestre, “a administração não espera distribuir acima da
política de pagamento de 50%, o que pode frustrar investidores
otimistas que esperam maiores rendimentos de dividendos”, diz
JPMorgan, em relatório.
Com relação ao cronograma de federalização/privatização, o
Secretário de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, Fernando
Passalio, sinalizou que o Regime Fiscal de Recuperação (RRF) é a
única opção para o governo estadual.No entanto, analistas do banco
americano ressaltam que a legislação proposta atualmente pode
sofrer alterações no processo e os direitos de acompanhamento podem
reduzir o apetite do governo federal pelos ativos.
Segundo o JPMorgan, uma saída é a privatização da Cemig,
transformando-a em uma corporação, antes do processo de
federalização, aumentando seu valor e, portanto, reduzindo ainda
mais a dívida do estado. O banco salienta que o timing e a
probabilidade de tais eventos são difíceis de prever neste
momento.
O JPMorgan reiterou classificação overweight (exposição acima da
média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 12.
A XP Investimentos ressalta que o processo de federalização
ainda está em discussão e não há visibilidade sobre o
resultado.
Em termos de investimentos, a estratégia atual é focar em Minas
Gerais, onde a Cemig está implementando um ambicioso plano de capex
(investimento em capital) de aproximadamente R$ 49 bilhões no
período 2019 a 2028, principalmente na expansão da rede da
Distribuidora.
A XP observa que o Investor Day não trouxe mudanças
significativas na estratégia da Cemig, o que considera um
desenvolvimento positivo, pois é uma continuação de uma trajetória
operacional bem-sucedida da companhia desde 2019. A corretora
reitera visão positiva e recomendação de compra para a Cemig.
Sobre suas participações, a empresa comentou sua intenção de
vender participação na Taesa, mas não há qualquer indicação de como
isso pode ocorrer. Já sobre a Gasmig, há perspectivas positivas
para o negócio no estado, especialmente com a construção de um
gasoduto para Divinópolis e maior penetração nos segmentos
residencial e comercial, que apresenta melhores margens.
A Genial, por sua vez, disse continuar com a esperança do
assunto da privatização da empresa voltar a mesa após a realização
das eleições municipais por achar que o processo de federalização
não deva acontecer nos melhores termos nem para a empresa e nem
para o próprio governo federal.
Com relação aos riscos, a Genial cita: “I) empresa segue com
concessões curtas no segmento de geração, II) caso o governador
Romeu Zema não eleja seu sucessor, a a gestão da Cemig pode ser
radicalmente alterada a depender da plataforma política que vá
assumir, III) Federalização do ativo é pouco provável, mas não pode
ser totalmente descartada”.
A casa de análise mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$
12,50.
Já o Morgan Stanley disse dar boas-vindas às iniciativas de
melhoria operacional contínua e à perspectiva de crescimento da
Cemig, que têm produzido resultados positivos nos últimos anos.
Ainda assim, segundo Morgan Stanley, a companhia possui um
perfil de risco-recompensa relativamente menos atraente quando
comparado a outros pares do segmento.
Além disso, o processo de aprovação da privatização da empresa
continua improvável e ainda mais desafiador após a indicação de
federalização, o que pode limitar a visibilidade da estratégia de
negócios de longo prazo e da estrutura corporativa da empresa. O
Morgan Stanley mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$
11.
Já o Itaú BBA pontua que, em detrimento dos investimentos de
participações minoritárias, a Cemig embarcou no maior plano de
capex de sua história, altamente focado em investimentos no estado
de origem. A Cemig já investiu R$ 13,6 bilhões de 2019 até 2023 e
planeja investir mais R$ 35,6 bilhões até 2028.
Segundo o relatório, a maior parte desses investimentos (80%)
será implantada em segmentos regulados, a saber, distribuição
(energia e gás natural) e transmissão, com cerca de dois terços do
investimento restante já contratado.
O BBA acredita que a estratégia da empresa, que agora prioriza
segmentos regulados, investimentos em Minas Gerais e evita
investimentos não essenciais de risco, reflete uma abordagem
prudente à criação de valor para os acionistas. Apesar disso, o BBA
mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 11,35.
Informaçoes Infomoney
CEMIG PN (BOV:CMIG4)
Historical Stock Chart
From Oct 2024 to Nov 2024
CEMIG PN (BOV:CMIG4)
Historical Stock Chart
From Nov 2023 to Nov 2024