AES Brasil, o que esperar?
February 05 2024 - 11:44AM
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As notícias sobre a potencial venda do controle da AES Brasil,
com a americana AES podendo sair do país após 28 anos, tornaram-se
mais frequentes nos últimos dias. Com isso, o Bradesco BBI
atualizou as suas estimativas para a companhia e para o setor de
forma a avaliar os principais catalisadores de valor antes de uma
potencial operação de M&A (fusão & aquisição).
A AES Brasil (BOV:AESB3), listada nos mais altos padrões de
governança corporativa da B3, é controlada pela AES Corp que detém
47% de seu capital total (o BNDES detém 7% e os minoritários
46%).
Para os analistas do Bradesco BBI, embora não esteja claro se a
AES Brasil será vendida, a lista de prováveis compradores, na
opinião da casa, poderia incluir Auren (BOV:AURE3), Engie
(BOV:EGIE3) e até mesmo CTG. Por outro lado, descartariam como
potenciais compradores Eneva (BOV:ENEV3), Eletrobras (BOV:ELET3)
(BOV:ELET5) (BOV:ELET6), CPFL (BOV:CPFE3) e Neoenergia (BOV:NEOE3),
pois essas empresas provavelmente não consideram a AES Brasil uma
boa opção ou têm seus próprios desafios que vão desde a alta
alavancagem até a necessidade de se concentrar em sua própria
reestruturação.
Com estes cenários no radar, dependendo de quem compra a AES
Brasil, o BBI aponta que existe espaço para adicionar cerca de R$
1,64 (16% do preço-alvo da casa) em eficiências de despesas/custo
da dívida. Para Auren, poderia haver um potencial adicional de pelo
menos R$ 0,20 no uso mais rápido de créditos fiscais.
O principal risco do comprador está relacionado à alta
alavancagem da AES Brasil (dívida líquida/Ebitda, ou lucro antes de
juros, impostos, depreciações e amortizações, ajustado de 5,4
vezes) versus a necessidade de acompanhamento de capital para
financiar a transação. Isto é agravado pelo fato de a AES Brasil
ter de refinanciar cerca de R$ 5,6 bilhões no exercício financeiro
de 2024/2025.
No caso da Engie, a “Nova Companhia” combinada teria uma relação
dívida líquida/Ebitda no ano 24/25 ligeiramente abaixo do seu
covenant (cláusulas contratuais junto às instituições financeiras
credoras) de 3,5 vezes – o investimento de expansão do ano fiscal
24/25 da Engie é alto.
No caso da Auren, a “Nova Companhia” combinada começaria com a
dívida líquida/Ebitda mais alta em 4,1 vezes no ano fiscal de 2024,
mas cairia para 3,1 vezes no ano fiscal de 2025, já que o
investimento da Auren é pequeno daqui para frente e AES Brasil
começa a gerar caixa no ano fiscal de 24/25.
Olhando para a AES Brasil “como está”, com base em suas
estimativas revisadas, o BBI definiu um novo preço-alvo para o
final de 2024 de R$ 10,50 por ação, leve redução frente os R$ 11,00
anteriores e queda de 1% frente o fechamento de sexta-feira,
equivalente a um preço justo atual de R$ 9,30 por ação, 12% abaixo
do preço atual do AESB3. No entanto, mantém recomendação neutra
para os papéis.
Informações Infomoney
AES Brasil Energia ON (BOV:AESB3)
Historical Stock Chart
From Oct 2024 to Nov 2024
AES Brasil Energia ON (BOV:AESB3)
Historical Stock Chart
From Nov 2023 to Nov 2024