A Allos teve lucro líquido de R$ 23,6 milhões, com perda de 88,1% na comparação proforma anual.

No entanto, na métrica mais considerada pelo setor, o FFO (indicador de lucro somado à depreciação e à amortização), o avanço foi de 4,8% na comparação anual, com R$ 281,6 milhões no 3T23.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 473 milhões, com alta de 14,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Sem o ajuste, o Ebitda avanço 11,2% na comparação anual, com expansão de 3,3 pontos percentuais na margem.

A Allos divulgou os valores ajustados proforma ajustando as participações atuais às bases históricas para torná-las comparáveis. Com a fusão com a brMalls, a companhia se tornou a maior plataforma de shoppings da América Latina.

O ajuste é necessário considerando os desinvestimentos totais e parciais realizados pela companhia em sete shoppings entre o terceiro trimestre de 2022 e o 3T23.

O destaque do trimestre foi, justamente, o foco em desinvestimentos em seis shoppings, em operações que totalizaram R$ 1,3 bilhão, com taxa de capitalização (cap rate) média de 8,2%.

O trimestre foi marcado, de acordo com Daniella Guanabara Santos, diretora financeira e relações com investidores da ALLOS, por desinvestimento e recompra de ações.

“Conseguimos desinvestir desses shoppings menores, porém muito bons, com uma valorização muito boa deles. O valuation desses shoppings foi melhor precificado, mais do que a ação está negociada na Bolsa hoje. Então, como outro ponto bom, eu levantei recursos vendendo esses ativos para assets e fundos imobiliários e, com esse recurso, recomprei a minha própria ação”, destaca a CFO.

Assim, a dinâmica procurada pela Allos foi o reinvestimento na empresa com a venda dos ativos, com foco no retorno ao acionista. “A gente trabalhou os shoppings que acreditamos haver espaço nesse mercado”, comenta. A estratégia tem como benefício também permitir a concentração em propriedades maiores.

Com a fusão com a brMalls, o grupo tornou-se nacional, com 62 shoppings no portfólio, com presença em mais de 15 estados brasileiros. A integração com a companha adquirida no início do ano tem caminhado de acordo com as projeções da companhia, de acordo com Daniella.

“Temos um horizonte um pouco mais alongado para o guidance de sinergia, mas estamos entregando dentro do esperávamos”, comenta.

A escala que a companhia atingiu com a fusão facilita, inclusive, a gestão de contratos e a busca por novos parceiros.

Além disso, garante que entraves como a situação observada com a inadimplência de varejistas no início do ano sejam minimizados, por se tornarem mais diluídos, assim como impactos gerados pelo momento macroeconômico.

Entre os destaques, está performance de aluguéis no trimestre, com SSR (aluguéis das mesmas lojas) de 6,9%. O resultado foi impulsionado pelo crescimento de vendas e contínua captura de sinergias.

A recuperação dos números para o patamar presente na época pré-pandemia já aconteceu em volumes de vendas e, no terceiro trimestre, com a volta de grandes lançamentos, em cinema, que era a peça que faltava. Ainda que os cinemas apresentem números melhores na comparação anual, ainda não chegaram, porém, aos resultados da época pré-Covid.

“Os lançamentos de cinema acabam nos proporcionando aumento de fluxo, aumento de receita de estacionamento e aumento do aluguel percentual, porque acabamos vendendo mais. Quando você tem um motivo para sair de casa para ir ao shopping, por exemplo, com um filme legal passando, há programação de jantar antes ou depois”, exemplifica, destacando que as vendas costumam ser impulsionadas pela presença motivada pelo cinema.

O reflexo do fenômeno nas vendas gerou alta de 6,2%, aos R$ 9,4 bilhões. As vendas das novas lojas do portfólio cresceram 33,9%, na comparação anual, comprovando a eficácia no processo de qualificação de mix.

A receita líquida cresceu 9,1% na comparação anual, saltando de R$ 634 milhões para R$ 581 milhões. A receita operacional líquida (NOI, na sigla em inglês) ficou em R$ 566 milhões, alta de 8,3%.

“Nosso guidance de resultado para esse ano é de ter o Ebitda entre R$ 1,950 bilhão e R$ 2 bilhões, a gente reforça esse guidance e acho que vamos conseguir ficar no valor estabelecido no começo do ano”, afirma.

Venda de ativos

Junto com a divulgação dos resultados, a Allos informou fez o desinvestimento parcial de suas participações no Shopping Estação e no Boulevard Shopping Bauru de 35% e 57%, respectivamente.

O valor total das operações é de R$ 289,6 milhões, que correspondente ao cap rate de 8,5%, baseado no NOI estimado dos shoppings para o ano de 2023, e considerando a eficiência fiscal.

“Parte do ganho de capital gerado na transação será compensado através de prejuízo fiscal”, destacou.

O valor de desinvestimento relacionado ao Shopping Estação é de R$ 156,3 milhões e do Boulevard Shopping Bauru de R$ 133,4 milhões.

Os resultados da Allos (BOV:ALOS3) referente suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 13/11/2023.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters e TC
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