Automob: ações disparam em estreia na B3
December 16 2024 - 12:04PM
Newspaper
A Automob, nova empresa do grupo Simpar, faz sua estreia na B3
nesta segunda-feira (16), marcando a conclusão de um processo de
reorganização societária anunciado em setembro passado pela holding
que controla marcas como JSL, Movida e Vamos. Por volta das 11h45,
as ações negociavam em forte alta de 221,85%, a R$ 0,54.
Como parte dos planos da companhia, a reorganização resultou em
um spinoff que separou as operações de locação e concessionárias da
Vamos. Com isso, a vertical de varejo automotivo foi integrada à
Automob, unindo a rede de concessionárias de veículos leves da
Simpar em uma única estrutura. A medida, segundo a empresa, traz
maior clareza às teses de investimento de cada segmento, além de
facilitar a modelagem individual dos negócios.
Diferente de uma oferta pública de ações (IPO) convencional, a
Automob não passou por um processo de bookbuilding, em que o preço
do papel é definido a partir da procura dos investidores pelo
ativo. Sendo fruto de uma cisão da Vamos, a companhia nasce com
acionistas e uma parte de valor de mercado da empresa que lhe deu
origem.
“É um valor irrisório para o tamanho do negócio”, afirmou
Antonio Barreto, CEO da Automob (BOV:AMOB3), em entrevista ao
InfoMoney na última sexta-feira. O preço de estreia da empresa de
concessionárias equivalia a 3,4% do valor de mercado da Vamos na
última quarta-feira.
“O valuation vai depender da visão do mercado e dos
investidores, do quanto eles acreditam em um negócio com esse
potencial de crescimento e oportunidades”, disse Barreto.
A Automob inicia sua trajetória no Ibovespa com uma posição de
destaque: é a primeira empresa do segmento de concessionárias a se
listar na bolsa brasileira. A companhia reúne 188 lojas espalhadas
por todas as regiões do país e um portfólio diversificado que
inclui 35 marcas, entre veículos leves, caminhões, máquinas e
equipamentos.
Com a operação, a Simpar detém agora 71,75% da Automob, enquanto
os acionistas minoritários da Vamos ficaram com 25,40% e os demais
acionistas da Automob com 2,85%. Como parte do processo, os atuais
acionistas da Vamos receberão ações da nova companhia, que
começarão a ser distribuídas a partir de hoje.
Mercado fragmentado
Em entrevista ao InfoMoney, Antonio Barreto explicou que a
Automob, como empresa listada, tem o potencial de se tornar um
consolidador natural em um mercado extremamente fragmentado. Ele
destacou que, assim como em mercados mais maduros de outros países,
o crescimento da companhia será impulsionado tanto por aquisições
quanto por expansão orgânica, com aumento nas vendas de veículos e
concessões de novas marcas.
Nos 12 meses encerrados em setembro, a Automob — em sua
estrutura original focada em concessionárias de veículos leves —
registrou uma receita de R$ 9,382 bilhões. Já o segmento de
veículos pesados, incorporado da Vamos, gerou R$ 2,730 bilhões no
mesmo período. Segundo Barreto, essa área enfrentou entraves
recentemente devido a um momento delicado no setor agrícola
brasileiro, mas ele enfatizou que a diversificação da Automob
ajudará a lidar com os ciclos naturais do agronegócio.
Combinando esses resultados, a nova empresa estreia na Bolsa com
uma receita líquida superior a R$ 12 bilhões e um lucro antes de
juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) de R$ 439
milhões.
Contramão
Enquanto a Automob dispara no Ibovespa, outras empresas da
holding despencam na Bolsa. Às 11h45, a Vamos (VAMO3) registrava
queda de 2,72%; as ações da JSL (JSLG3) derrapavam 4,15% e os
papéis da Movida (MOVI3) caíam 2,11%.
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