Auren Energia: Justiça homologa acordo entre Cesp e a União no processo da Usina Três Irmãos
January 11 2023 - 7:51AM
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A Auren informou a homologação perante o Juízo da 17ª Vara
Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, do acordo judicial
celebrado entre a CESP e a União Federal, visando à indenização da
CESP – Companhia Energética de São Paulo – pela reversão de bens
não amortizados ou não depreciados em relação à Usina Hidrelétrica
Três Irmãos.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:AURE3) nesta
terça-feira (10).
A sentença homologatória do Acordo, ainda, julgou extinta, com
resolução de mérito, a ação ordinária ajuizada pela CESP contra a
União, na qual a empresa energética pleiteava o pagamento devido a
título de reversão dos bens e instalações vinculados à exploração
da Usina Hidrelétrica Três Irmãos.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
De acordo com análise do Bradesco BBI, a notícia é positiva e
acaba com as incertezas sobre o acordo – assinado em dezembro,
antes da mudança de governo – ser totalmente finalizado.
Para os analistas do banco, embora o reembolso do valor
histórico de R$ 1,7 bilhão já esteja no caso-base dos analistas e
gestores de mercado, o tema leva a duas discussões que podem
destravar valor para a companhia: (i) o potencial pagamento de um
grande dividendo antes de prováveis mudanças nas políticas de
tributação de dividendos; e (ii) supondo que a Auren se torne mais
um player de dividendos, um tema pode ser a compressão de sua Taxa
Interna de Retorno (TIR), atualmente negociada a cerca de 11%
(real) contra 9% no caso da geradora Engie (EGIE3), de controle
privado.
“Quanto aos dividendos, as mudanças esperadas na tributação no
Brasil podem levar as empresas em geral a acelerar os dividendos, e
não achamos que a Auren seria uma exceção. A companhia será
reembolsada em 84 parcelas, mas provavelmente irá securitizar o
recebível, trazendo até cerca de R$ 3,0 bilhões em caixa/liquidez
extra para o balanço”, aponta.
Em um caso bullish (estimado pelo BBI), a Auren poderia pagar
até R$ 4,0 bilhões em dividendos relativos a 2023 (cerca de 28% de
rendimento), ainda deixando a relação dívida líquida/Ebitda em
cerca de 2,5 vezes. “Não está claro se a Auren pagará esse
dividendo, mas o potencial existe e, independentemente disso, um
grande dividendo deve ser pago no próximo anos, pois: (i) a relação
dívida líquida/Ebitda é baixa; e (ii) Auren continuará sendo
seletiva sobre movimentos de M&A/greenfield (novos projetos)”,
destacam os analistas.
Isso porque ao longo de 2023, a Auren poderia acumular lucros
contábeis para pagar até R$ 4,2 bilhões em dividendos (incluindo R$
1,4 bilhão contabilizado no lucro líquido do acordo no 4T22 + R$
1,7 bilhão em reservas de lucro atuais), enquanto seu saldo total
de caixa (pré-dividendos) para 2023 (geração própria de fluxo de
caixa + securitização de recebíveis) seria de cerca de R$ 4,9
bilhões.
Os analistas do BBI possuem recomendação outperform (desempenho
acima da média do mercado, equivalente à compra) com um preço-alvo
de R$ 18,00 (upside de 28%) e com um dividend yield esperado de
15%, mas com risco de alta, pois não tem ainda no modelo a
potencial securitização do reembolso, o que poderia adiantar uma
quantia enorme de dinheiro, gerando dividendos maiores.
Bradesco BBI tem recomendação de compra com preço-alvo de R$
18,00…
Credit Suisse
Para o Credit Suisse a notícia é positiva, pois reduz os riscos
de variação de valores a receber e cláusulas de atualização
monetária. “A Auren é uma geradora com baixa alavancagem e este
acordo pode ajudar a sustentar um dividend yield mais alto daqui
para frente”, aponta.
Itaú BBA
O Itaú BBA revisou o setor de energia e entre as mudanças
reduziu a recomendação para a ação da Auren de equivalente à compra
para neutra, com preço-alvo de R$ 15,70 (upside de 11% em relação
ao fechamento da véspera).
O banco destaca que a Auren negocia a uma TIR implícita de 9%,
contra 6,3% para os títulos do Tesouro brasileiro, o que é bom, mas
não muito atraente quando comparado com muitos nomes de cobertura
de energia elétrica da instituição. A empresa está majoritariamente
contratada para 2023-25, mas após este período deverá se encontrar
mais exposta ao ambiente de baixo preço de energia.
“Além disso, não vemos gatilhos de curto prazo para a ação, já
que o principal catalisador –o acordo de Três Irmãos – já foi
anunciado. No entanto, acreditamos que os investidores podem ficar
mais positivos se a empresa anunciar fortes dividendos, já que as
perspectivas de crescimento parecem pouco inspiradoras”,
apontou.
Itaú BBA rebaixa recomendação de compra para neutra com
preço-alvo de R$ 15,70…
Informações EQI e Infomoney
Auren Energia ON (BOV:AURE3)
Historical Stock Chart
From Jun 2024 to Jul 2024
Auren Energia ON (BOV:AURE3)
Historical Stock Chart
From Jul 2023 to Jul 2024