Casas Bahia: recuperação extrajudicial não excederá 40 dias
April 29 2024 - 1:05PM
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Frente a um processo que descreve como “virtualmente aprovado”,
o Grupo Casas Bahia entende que todo o processo de sua recuperação
extrajudicial não deve ultrapassar 40 dias. Contados os sete dias
para juízo do pedido, a homologação não deve demorar mais que um
mês, embora o prazo limite seja de 60 dias. “Com a pré-aprovação
dos credores, em um processo simples, deve demorar de 30 a 40 dias.
Pode haver um atraso, mas essa é a nossa previsão”, disse em
teleconferência o CEO da companhia, Renato Franklin, na manhã desta
segunda-feira (29).
Anunciado na véspera, o acordo reestrutura R$ 4,1 bilhões em
dívidas e já foi aprovado pelo Bradesco (BOV:BBDC4) e pelo Banco do
Brasil (BOV:BBAS3), principais credores da companhia. Com uma
aprovação de 55%, acima do limite mínimo de 50% definido para esse
instrumento, o acordo deve prosperar rapidamente, avaliam
analistas. O valor total corresponde a quatro emissões de
debêntures e CCBs (cédulas de crédito bancário) emitidos nos
últimos anos.
O que acontece a seguir
Com a renegociação, as dívidas serão concentradas em uma
debênture com duas séries. Na série um estão 37% dos créditos,
totalizando R$ 1,5 bilhão, enquanto na segunda ficam os outros 63%,
com R$ 2,6 bilhões a receber. Neste último grupo, há duas
classificações: a de “parceiros” e “não parceiros”. Os credores
parceiros têm a opção de conversão da dívida em equity em uma
janela de 18 a 36 meses. O risco de diluição de acionistas foi uma
das preocupações de analistas entre ontem e hoje.
Poderão optar pela conversão os credores parceiros que mantenham
as atuais condições de negociação para suas linhas que não estejam
dentro dos R$ 4,1 bilhões negociados — isso é, não façam parte das
quatro debêntures nem dos CCBs — ou que invistam novos recursos na
companhia.
“Por constituir um valor mobiliário conversível, essas novas
debêntures da série 2 estarão sujeitas ao direito de prioridade dos
atuais acionistas da companhia. Eles poderão optar por subcrevê-las
durante uma janela de cinco dias úteis entre o lançamento e a
liquidação da oferta”, explicou o CFO do grupo Casas Bahia, Elcio
Mitsuhiro. “O direito de prioridade poderá ser distribuído
proporcionalmente à participação dos acionistas no capital social
da companhia”, continua.
Sem mudanças nos planos
A negociação das dívidas ocorre em meio a um plano de
transformação da empresa, do qual resultou a recente troca do nome
do grupo de Via para Grupo Casas Bahia (BOV:BHIA3). Após o avanço
da recuperação extrajudicial, que lida com o problema da estrutura
de capital, a companhia agora pode dedicar esforços aos ganhos
operacionais do plano. “O reperfilamento dá tempo hábil para
podermos trabalhar e permitir o foco do management na operação da
companhia”, disse Franklin.
O CEO diz que a estratégia não muda. O foco continua na
transformação operacional e no plano de transformação, com prazo
para ser finalizado em 2024, deixando para 2025 em diante apenas
algumas melhorias incrementais.
Segundo a varejista, começa um novo ciclo de crescimento que
prioriza CRM (ferramentas de relacionamento com clientes), captura
de margens com precificação mais dinâmica e espaço para a abertura
de novas lojas, em que deve haver maior monetização com retail
media.
Desde que começou o plano, a companhia reduziu R$ 1,2 bilhão em
estoques e migrou 23 categorias para o marketplace. Em 2023,
demitiu 8,6 mil funcionários e fechou 55 lojas, além de 4
sublocações de centros de distribuição.
Na avaliação do executivo, o mercado tinha uma “percepção
equivocada” sobre o cenário e não tinha dimensão do apoio dos
credores ao plano desenvolvido pela empresa.
Informações Infomoney
BRADESCO PN (BOV:BBDC4)
Historical Stock Chart
From Oct 2024 to Nov 2024
BRADESCO PN (BOV:BBDC4)
Historical Stock Chart
From Nov 2023 to Nov 2024