A BB Seguridade registrou lucro líquido de R$ 1,173 bilhão no
segundo trimestre de 2024, uma retração de 3,7% sobre o segundo
trimestre de 2023 e abaixo dos R$ 1,943 bilhão previstos pelo
consenso LSEG. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 1,870 bilhão
no 2T24, alta de 1,6% na comparação anual.
O resultado das participações somou R$ 1,866 bilhão no segundo
trimestre deste ano, uma elevação de 1,7% na comparação com igual
etapa de 2022.
O resultado financeiro consolidado da BB Seguridade e de suas
investidas atingiu R$ 323,5 milhões, um recuo de 14% em relação ao
mesmo período de 2023. “A queda pode ser atribuída em grande parte
ao resultado financeiro da Brasilprev, impactado pelo aumento de
8,5 p.p. na taxa média de atualização dos passivos dos planos de
benefício
definido e pela marcação a mercado negativa nos investimentos,
decorrente da abertura da estrutura a termo de taxa de juros,
enquanto no 2T23 a marcação a mercado foi positiva”, explica a
seguradora.
Os prêmios emitidos aumentaram 4,8% no comparativo, com destaque
para: empresarial/massificados (-88,8%), com a descontinuidade do
produto de seguro quebra de garantia, que apresentava baixa
rentabilidade; agrícola (-28,4%), diante do adiamento do lançamento
do Plano Safra em relação ao ano passado; e vida (-
4,0%), em função da baixa contábil de contratos de cosseguro que
reduziram em R$43,6 milhões o volume de prêmios no trimestre.
O índice de despesas gerais e administrativas aumentou 0,2 p.p.
em relação ao 2T23, consequência das maiores despesas gerais e
administrativas, em função principalmente de maiores gastos com
serviços de terceiros e localização e funcionamento.
O resultado operacional não-decorrente de juros cresceu 5,8% no
período, para R$ 1,103 bilhão.
A arrecadação com títulos de capitalização apresentou queda de
9,1%, reflexo principalmente da menor quantidade de títulos
vendidos, enquanto a receita com cota de carregamento contraiu em
ritmo mais acelerado (-15,8%), com a cota de carregamento média
retraindo 0,7 p.p.
A BB Seguridade encerrou o segundo trimestre de 2024 com um
patrimônio líquido avaliado em R$ 9,034 bilhões, um aumento de
12,0% na comparação com um ano antes.
Os resultados da BB Seguridade (BOV:BBSE3)
referentes às suas operações do segundo trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 05/08/2024.
Teleconferência
A BB Seguridade está com expectativas positivas para o segmento
rural da BrasilSeg no segundo semestre, afirmou o diretor
financeiro do braço de previdência e seguros do Banco do Brasil,
Rafael Sperendio, nesta segunda-feira.
“(O segmento) rural trouxe um crescimento importante (no
primeiro semestre)… A gente está com uma expectativa muito positiva
para o segundo semestre para esse segmento”, afirmou o executivo em
teleconferência após a divulgação do resultado do 2º trimestre.
Os prêmios emitidos pelo ramo rural, com uma participação total
de 47,1% em relação às demais áreas — como habitacional e
residencial — cresceram 4,2% nos primeiros seis meses do ano, na
comparação com o mesmo período em 2023, mas recuaram 3,2% no
segundo trimestre ante abril a junho do ano passado.
Os comentários ocorrem em meio a desembolsos recorde do novo
Plano Safra para a temporada 2024/25, anunciados no final de julho,
que superaram 400 bilhões de reais pela primeira vez.
A BB Seguridade reportou mais cedo alta de 1,6% no lucro líquido
ajustado do segundo trimestre, a 1,87 bilhão de reais, pressionado
por queda de cerca de 23% no resultado da unidade de pensões
Brasilprev e por recuo no resultado financeiro na comparação com o
mesmo período do ano passado.
O CFO também acrescentou que não há indícios que levem a
companhia a aumentar a provisão sobre os impactos das chuvas
ocorridas no Rio Grande do Sul no primeiro semestre. No período, a
BB Seguridade registrou cerca de 5 mil acionamentos e mais de 225
milhões de reais em despesas de sinistros relacionadas à tragédia
no Estado gaúcho.
Sobre retorno aos acionistas, Sperendio disse que a companhia
deve manter a tendência de distribuição de dividendos e recompra de
ações observada nos primeiros seis meses do ano.
“No geral, somados os dois componentes, eu diria que, para o
ano, algo como (a gente) vem praticando desde o IPO, entre 80% a
90% de distribuição, e que o cenário de 2024 ele se aproxima ali
mais para o teto desse intervalo.”
VISÃO DO MERCADO
Considerados neutros, os resultados do segundo trimestre de 2024
da BB Seguridade não impactam visão para companhia, de acordo com
analistas. Os dados divulgados nesta segunda-feira trazem certa
redução de sinistralidade (por compensação) na frente Brasilseg,
segundo o Bradesco BBI, mas piores resultados financeiros na
Brasilprev. Na prática, os números ficaram abaixo do consenso LSEG
e recuaram na comparação anual também.
Efeitos transitórios impactaram os resultados tanto operacionais
quanto financeiros, na visão do Goldman Sachs. O lucro líquido
recorrente de R$ 1,9 bilhões veio abaixo das estimativas tanto do
banco quanto da Bloomberg.
“Acreditamos que alguns dos eventos que pressionaram os
resultados trimestrais tendem a ser transitórios (sinistros
relacionados ao clima, impacto negativo de marcação a mercado na
Brasilprev e atraso no lançamento do plano de colheita), que
poderiam se normalizar no 2S24”, comentam os analistas.
Considerando cada frente, a Brasilseg apresentou alta de
sinistralidade em parte atribuída ao evento climático no Rio Grande
do Sul. O Goldman resumiu o balanço para a iniciativa como perda de
força nos prêmios emitidos enquanto sinistros aumentam. De acordo
com o BBI, as enchentes recentes no estado do Rio Grande do Sul e a
seca que afetou as safras de inverno no Paraná, Mato Grosso do Sul,
São Paulo e Goiás resultaram em um impacto de R$105 milhões nos
prêmios agrícolas.
“Importante notar que as sinistros relacionadas às enchentes no
Rio Grande do Sul totalizaram R$ 86 milhões, parcialmente
compensados por R$51,2 milhões em cobertura de resseguro”, destaca
o BBI.
Além disso, esses eventos contribuíram para o aumento dos
sinistros nos prêmios de hipoteca, embora tenha havido uma
compensação parcial devido à redução nos sinistros dos seguros de
propriedade. Já no Brasilprev, os resultados foram considerados
melhores mas com base ainda vista como baixa.
“A empresa afirmou que o desempenho superior da Brasilprev no
período já era esperado e as reservas dos planos de pensão devem
gradualmente convergir para a faixa de orientação durante o
restante de 2024. Vale destacar que essa linha continuou sendo o
principal fator negativo para o lucro líquido da Brasilprev”,
reforça BBI.
Impacto pela SUSEP
Houve, também, impacto não recorrente de R$ 97 milhões pela
adoção das novas regulamentações da Superintendência de Seguros
Privados (SUSEP). As alterações exigiram provisões técnicas, testes
de adequação de passivos e riscos de capital.
Por isso, a companhia contabilizou cerca de R$ 217 milhões no
que chamaram de “provisões suplementares” para Brasilprev. O valor
se relaciona a premissas em planos tradicionais. Uma vez líquido de
impostos e com ajuste da participação acionária (75%), o valor
desce dos R$ 217 milhões considerados para R$ 97 milhões
reportados.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
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