A Eneva assinou acordos para uma incorporação de ativos do seu
acionista BTG Pactual, em operação que adicionará ao portfólio da
companhiausinas termelétricas operacionais e para desenvolvimento e
que torna a Eneva a plataforma do banco para atuar em geração de
energia e gás natural.
Junto do anúncio, a Eneva (BOV:ENEV3) informou também que
engajou bancos para uma oferta públicasubsequentede
novasaçõesordinárias (“follow on”) que poderá somar até R$ 4,2
bilhões. As ações serão emitidas ao preço de 14 reais cada e os
recursos serão utilizados para implementar seu plano de negócios e
otimizar estrutura de capital.
Os acionistas da companhia, como o BTG (23,3%), Cambuhy
Investimentos (20%) e Partners Alpha (15%), terão direito de
prioridade para subscrever até a totalidade das novas ações no
potencial “follow on”.
O negócio anunciado nesta terça-feira envolve quatro usinas
termelétricas pertencentes ao BTG (BOV:BPAC11) e fundos do banco:
Tevisa, Povoação, Gera Maranhão e Linhares. Esses ativos,
contratados em leilões do governo, têm receita fixa e sem
obrigações significativas de Capex (investimento).
A Eneva disse ver oportunidade para recontratação de 148
megawatts (MW) de capacidade de algumas dessas termelétricas com
contratos que vencem em dezembro de 2025. São empreendimentos que
estão conectadas à malha e podem usufruir da estrutura existente do
“hub Sergipe”, empreendimento de gás da Eneva, para suprimento de
combustível.
Além disso, a Eneva, que já é uma das maiores geradoras
termelétricas do Brasil, incorporou um pipeline de projetos de até
3,3 gigawatts (GW) distribuídos em três Estados, com possibilidade
de acesso a terminais de gás natural liquefeito (GNL).
A geradora de energia afirmou também em comunicado que os
acordos com o BTG possibilitam “sinergias societárias, financeiras,
operacionais e administrativas”, e afirmou que a potencial oferta
de ações otimizará sua estrutura de capital e fortalecerá seu
balanço patrimonial, com redução substancial da alavancagem.
TELECONFERÊNCIA E VISÃO DO MERCADO
Em teleconferência para comentar a operação anunciada junto ao
banco nesta manhã, os executivos da Eneva também reforçaram sua
expectativa de que o governo irá realizar ainda neste ano um leilão
para contratação de mais capacidade para o sistema elétrico
brasileiro.
“A expectativa que a gente tem é de que o leilão aconteça nesse
segundo semestre, até por conta da necessidade que o sistema tem de
contratar capacidade para fazer frente à necessidade de
confiabilidade”, disse Marcelo Lopes, diretor de marketing,
comercialização e novos negócios da Eneva.
A licitação, que deverá gerar oportunidades para geradores
termelétricos e hidrelétricos, estava originalmente prevista para
ocorrer em agosto, mas o Ministério de Minas e Energia não publicou
até agora as regras finais e um cronograma atualizado.
“Quando a gente olha as demandas máximas (de potência) que
aconteceram em 2023 e já estão acontecendo em 2024, mesmo em
períodos mais frios… O requisito de potência e a demanda por
capacidade em 2027/2028 tende a ser maior do que aquelas
(estimativas) feitas com base no último estudo da EPE”, avaliou
Lopes.
A Eneva já vinha se preparando para disputar o leilão com
térmicas e projetos próprios e, com a transação junto ao BTG,
passará a ter em seu portfólio mais quatro termelétricas
operacionais, algumas com contratos vencendo em 2025, e um novo
“pipeline” de projetos de 3,3 gigawatts (GW).
A aquisição do portfólio de geração do BTG foi avaliada em R$
2,9 bilhões, valor ainda sujeito a ajustes após diligências. Desse
total, R$ 1,76 bilhão será pago em ações da Eneva, e outro R$ 1,14
bilhão, pago com recursos do “follow on” anunciado nesta
terça-feira, uma oferta que poderá chegar a R$ 4,2 bilhões.
Segundo a Eneva, a oferta secundária de ações tem valor base de
R$ 3,2 bilhões, com garantia firme do BTG — que já é um dos
principais acionistas da geradora, com 23,3% –, e poderá contar com
um lote adicional de até R$ 1,0 bilhão, a depender da demanda de
mercado.
O presidente da Eneva, Lino Cançado, destacou na teleconferência
que os novos ativos elevam a capacidade instalada total da
companhia a 7,2 GW e abrem um novo “cluster” de negócios no
Espírito Santo, onde estão três das novas termelétricas, podendo
aproveitar a interligação com a malha da transportadora de gás
TAG.
“A transação traz… a aquisição de ativos que são geradores de
caixa no curto prazo, justamente naqueles anos em que a Eneva tem
maior a necessidade de desembolso pelo seu programa de
investimentos de projetos em construção”, acrescentou o CEO.
Pelos cálculos da companhia, os novos ativos deverão permitir um
aumento de sua receita líquida, para R$ 12,6 bilhões, com base em
números de 2023 e condições pro-forma e pré sinergias, e do Ebitda,
para R$ 6,1 bilhões.
A companhia também estimou que sua alavancagem atingirá 2,6
vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda, em base pro-forma,
após a operação com o BTG e a realização do “follow on”.
“Com as duas operações que estamos pretendendo fazer, a
alavancagem já vai para um patamar mais do que confortável… então
esse ponto (da alavancagem elevada) vai estar mais do que
superado”, disse Felippe Valverde, head de relações com
investidores e M&A na Eneva.
A conclusão da operação com o BTG está prevista para ocorrer no
quarto trimestre deste ano.
Informações Reuters
BTG PACTUAL UNT (BOV:BPAC11)
Historical Stock Chart
From Oct 2024 to Nov 2024
BTG PACTUAL UNT (BOV:BPAC11)
Historical Stock Chart
From Nov 2023 to Nov 2024