A Braskem encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão, contra lucro líquido de R$ 7,4 bilhões um ano antes, na esteira do impacto negativo do câmbio tanto no resultado operacional quanto financeiro.

A companhia diz que o prejuízo no reportado no trimestre ocorreu em função, principalmente, do impacto da variação cambial no resultado financeiro dada a depreciação do real frente ao dólar sobre a exposição líquida no montante de US$ 3,6 bilhões e da atualização da provisão referente ao evento geológico de Alagoas.

“A queda do lucro operacional é explicada principalmente pelo menor pelo menor volume de vendas de químicos no segmento Brasil, (PE) de polipropileno (PP) na Europa, e de (PE) no segmento México”, explica a companhia. “Também pelos menores spreads internacionais de policloreto de vinila (PVC) no Brasil e de PP na Europa”.

A receita líquida foi de R$ 25,4 bilhões, representando baixa de 4% ante igual período do ano anterior.

Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – recorrente caiu 58% no segundo trimestre ante um ano atrás, para R$ 3,927 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 19% em função da apreciação do real frente ao dólar.

A Braskem, nas anotações do resultado do 2T22, justifica isso pelo “menor volume de vendas de principais químicos no segmento Brasil, PP na Europa, e PE no segmento México”. Além disso, cita menores spreads internacionais de PVC.

O resultado financeiro líquido negativo R$ 3,4 bilhões, contra receitas financeiras líquidas de R$ 957 milhões um ano antes, contribuíram para a piora dos resultados.

 

No segundo trimestre de 2022, o Brasil foi responsável por 60% da receita total da Braskem, Estados Unidos e Europa por 26% e México, por 8%.

O custo dos produtos vendidos pela empresa chegaram a R$ 21,3 bilhões, crescendo 28% no ano. No Brasil, os destaques dos gastos ficaram para o maior preço do etano no mercado internacional, pelo efeito de estoque de nafta e principalmente pelo aumento dos preços do petróleo e do gás natural. Nos EUA e na Europa, o recuo é explicado, segundo a companhia, mais pela apreciação do real frente ao dólar.

No Brasil, a Braskem contou ainda com uma queda de 11% da demanda por resinas, apesar de a empresa afirmar ter ganho market share puxada pelo setores de bens de consumo e agrícola. A taxa média de utilização das centrais caiu dois pontos percentuais no ano, para 74%.

A petroquímica nos Estados Unidos teve a demanda por PP caindo 7% no ano, bem como na Europa, por conta de estoques e também pelo cenário macroeconômico. A taxa média de utilização de plantas da Braskem nos EUA e na Europa abaixou, nos dois casos, 17 pontos, para 81% e 79%, respectivamente.

O México foi único mercado que contou com aumento da demanda por resinas, de 17% no ano, com a taxa de utilização saindo de 58% para 67%.

A Braskem viu ainda suas despesas financeiras subtraírem R$ 2,8 bilhões do balanço, ante saldo positivo de R$ 1,05 bilhão no segundo trimestre de 2021. Segundo a companhia, houve impacto, principalmente, da depreciação do real e da amortização de custos de transação. A petroquímica fechou junho com uma dívida líquida de R$ 4,6 bilhões, alta de 3% no ano.

A empresa, que registrou R$ 7,7 bilhões em provisões relacionadas a prejuízos causados por afundamento de solo em Maceió, teve consumo de caixa de R$ 665 milhões relacionado à capital alagoana no segundo trimestre ante R$ 732 milhões no mesmo período do ano passado e R$ 643 milhões nos três primeiros meses de 2022.

A geração de caixa da companhia foi de R$ 2,4 bilhões no trimestre, ante R$ 1,55 bilhão vistos no 2T21. A companhia destaca que o retorno de fluxo de caixa foi de 31%.

O balanço da Braskem também mostra que a petroquímica fechou o mês de junho de 2022 com uma dívida bruta consolidada de US$ 8,73 bilhões. A dívida líquida ajustada, por sua vez, terminou o 2T22 em US$ 4,6 bilhões – queda de 1% em relação ao fim de março e alta de 3% em relação ao segundo trimestre de 2021.

Segundo a empresa, o prazo médio do endividamento é de cerca de 14,1 anos, sendo 53% das dívidas concentradas após 2030.

Com esses números, a alavancagem da Braskem – medida pela razão entre a dívida líquida ajustada e o Ebitda – fechou o trimestre em 1,22x, ante 1x vistos no fim de março e 1,10x vistos no fim do segundo trimestre de 2021.

“A posição de caixa ficou em US$ 1,9 bilhão, patamar que garante a cobertura dos vencimentos de dívida nos próximos 66 meses, não considerando a linha de crédito rotativo internacional (stand by) disponível no valor de US$ 1,0 bilhão, com vencimento em 2026”, destaca a Braskem, no seu balanço.

Os resultados da Braskem (BOV:BRKM3) (BOV:BRKM5) e (BOV:BRKM6) referentes às suas operações do segundo trimestre de 2022 foram divulgados no dia 11/08/2022. Confira o Press release na íntegra!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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