A CCR registrou lucro líquido de R$ 629,3 milhões no primeiro
trimestre de 2023 (1T23), o que representa uma diminuição de 81,8%
em relação ao mesmo trimestre de 2022.
No critério ajustado, a empresa concessionária reportou lucro
líquido ajustado de R$ 317 milhões no primeiro trimestre de 2023,
revertendo o prejuízo de R$ 15,2 milhões registrado um ano
antes.
A receita líquida somou R$ 3,798 bilhões no primeiro trimestre
deste ano, uma redução de 52,6% na comparação com igual etapa de
2022. Já a receita líquida ajustada totalizou R$ 3,228 bilhões no
1T23, alta de 16,8% na base anual.
Diferente de trimestres anteriores, a companhia não divulgou
indicadores ajustados pelo critério mesma base.
O ebitda – lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização – ajustado totalizou R$ 1,974
bilhão no 1T23, um crescimento de 19% em relação ao 1T22. A margem
Ebitda ajustada atingiu 61,2% entre janeiro e março deste ano, alta
de 1,2 ponto percentual (p.p.) frente a margem registrada em 1T22.
No critério não ajustado, o Ebitda cedeu 68,1%, para R$ 2,182
bilhões, com margem de 49,8%, 33 pontos base abaixo da reportada um
ano antes.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 838,1 milhões
no primeiro trimestre de 2023, uma redução de 4,6% sobre as perdas
financeiras da mesma etapa de 2022.
O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 2,312 bilhões no primeiro
trimestre de 2023, um recuo de 65,4% na comparação com igual etapa
de 2022. A margem bruta foi de 60,9% no 1T23, baixa de 22,4 p.p.
frente a margem do 1T22.
Em 31 de março de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$
21,516 bilhões, um crescimento de 2,7% na comparação com a mesma
etapa de 2022.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida
líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,9 vezes em março de 2023, queda
de 0,5 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.
No 1T23, os investimentos realizados (incluindo o ativo
financeiro), somados à manutenção, atingiram R$ 1,296 bilhão.
Os resultados da CCR (BOV:CCRO3)
referente suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 04/05/2023.
Teleconferência
Durante uma teleconferência com analistas, o diretor financeiro
Waldo Perez afirmou que o grupo não descartava a possibilidade de
trazer sócios para modais ou negócios específicos. No entanto, ele
afirmou que qualquer transação desse tipo só será feita se trouxer
benefícios para a empresa como um todo.
Perez destacou que a empresa tem analisado de forma dinâmica seu
portfólio, revisando seus ativos e buscando oportunidades de
reciclagem que gerem valor para a CCR. Ele mencionou que, no
mercado de aeroportos, a empresa considerou trazer um sócio para
sua plataforma, mas acabou não realizando a transação.
Atualmente, o foco da empresa é a entrega do plano de negócios,
tanto em aeroportos quanto em outros modais. Perez destacou que a
empresa tem um grande volume de investimento pela frente e que está
sempre revisando sua estratégia em relação à possibilidade de
trazer sócios para modais ou negócios específicos. No entanto, ele
reitera que qualquer transação desse tipo só será realizada se
agregar valor ao grupo como um todo.
VISÃO DO MERCADO
BB Investimentos
A CCR apresentou o resultado do 1T23, em nossa opinião,
positivo. Destacamos o crescimento de 12,1% a/a no tráfego de
veículos leves, o que contribuiu para a alta de 6,3% a/a no fluxo
consolidado de veículos. O tráfego de veículos pesados cresceu 1,6%
a/a, com destaque para MSVia, que captura a logística do
agronegócio com mais de 80% do fluxo da rodovia composto por
veículos pesados.
No 1T23, os ativos da mobilidade apresentaram crescimento de
31,4% a/a. O destaque ficou por conta da Barcas, que apresentou
crescimento de 61,2% a/a em função do melhor aproveitamento na
estação Charitas e a retomada no fluxo turístico, capturado pelas
linhas Paquetá e Niterói. Vale mencionar o crescimento de 58,8% a/a
no fluxo de passageiros transportados na ViaMobilidade (linhas 8 e
9) e alta de 30,4% na ViaQuatro (metro de SP), que reflete a
retomada da mobilidade urbana nos grandes centros
metropolitanos.
A CCR completou um ano de gestão nos aeroportos dos Blocos Sul e
Central e observamos um crescimento de 60% a/a no fluxo de
passageiros no aeroporto de Curitiba. No consolidado, o número de
passageiros embarcados cresceu 132,9% a/a.
BB Investimentos mantém recomendação de
compra com preço alvo de R$ 20,50…
BTG Pactual
A CCR reportou resultados fracos no primeiro trimestre, mas com
margens melhores do que o esperado. Mais precisamente, a receita
líquida (exconstrução) chegou a R$ 4,0 bilhões (-52% a/a) e o
EBITDA atingiu R$ 2,3 bilhões (-67% a/a), enquanto o lucro líquido
totalizou R$ 629 milhões (-82% a/a ).
A CCR também divulgou números ajustados excluindo: provisões de
manutenção; despesas antecipadas; participação dos acionistas não
controladores; resultado de equivalência patrimonial; e eventos não
recorrentes (negócio de Barcas, provisão de SPCP, despesas de
construção da ViaOeste que não trazem benefício econômico futuro e
reequilíbrio da Autoban).
Ex-estes eventos, a receita líquida ajustada foi de R$ 3,4
bilhões (+17% a/a; 5% abaixo de nossa estimativa). O EBITDA
ajustado atingiu R$ 2,1 bilhões (+18% a/a; em linha), rendendo uma
margem de 62% (vs. 61% no 1T22 e 420bps acima de nossa previsão).
Finalmente, o lucro líquido ajustado totalizou R$ 317 milhões (vs.
-R$ 15 milhões no 1T22 e nossos R$ 401 milhões previstos).
Em termos de alavancagem,a companhia atingiu 2,9x dívida
líquida/EBITDA (estável t/t). O Capex no trimestre foi de R$ 1,3
bilhão (vs. R$ 916 milhões no último trimestre), com investimentos
focados nas Linhas 8 e 9, RioSP e ViaSul, e já representando 15% do
guidance em 2023. Lembramos que historicamente apenas ~75% do
guidance de capex é realmente entregue. Nesse ce
Os números operacionais da CCR continuam mostrando uma
recuperação gradual do tráfego, o que deve significar trimestres
melhores pela frente. Lembramos que ainda há capex relevante a ser
feito até o final do ano, mesmo considerando a meta de 75% do
guidance. Além dos resultados, esperamos que os investidores
continuem acompanhando: integração de ativos recentemente
integrados e retornos reais dos projetos; alocação de capital;
alavancagem financeira; e reestruturação da governança
corporativa.
No último preço de fechamento, vemos a CCR sendo negociada a uma
TIR real de 10%. Por outro lado, a volatilidade na curva da taxa de
juros de longo prazo do Brasil representa um desafio para ações de
long duration como a CCR. Continuamos Compradores.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
CCR ON (BOV:CCRO3)
Historical Stock Chart
From Nov 2024 to Dec 2024
CCR ON (BOV:CCRO3)
Historical Stock Chart
From Dec 2023 to Dec 2024