Cemig parece ter assumido a liderança à frente da Copasa, nas intenções do estado de privatização
October 11 2023 - 2:59PM
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Na última terça-feira (10), o Legislativo de Minas Gerais deu
início às discussões oficiais sobre um projeto de lei enviado pelo
governador Romeu Zema para eliminar a necessidade de um referendo
popular para privatizar as empresas estatais.
O projeto de lei foi enviado pelo governo estadual ao
Legislativo em 21 de agosto, mas ainda não havia sido iniciado o
debate oficial, visto que outras questões mais urgentes estavam
sendo discutidas pelo Legislativo estadual até recentemente.
De acordo com a lei estadual atual, a maioria dos cidadãos do
estado deve primeiro votar para permitir a privatização de empresas
estatais como Cemig (BOV:CMIG4), Copasa (BOV:CSMG3) e Gasmig. Só
então o governo estadual poderá enviar um projeto de lei ao
legislativo propondo a privatização específica de tais empresas.
Dado que o resultado de um referendo popular é sempre incerto,
dispendioso e acrescenta complexidade ao caminho da privatização, o
Estado tentará alterar a sua Constituição para eliminar esta
etapa.
Para ser aprovado, esse projeto precisa que 48 deputados
estaduais votem a favor (de um total de 77) e, supondo que tenha
bom apoio, o governo estadual pretende enviar já outros dois
projetos de lei separados propondo a privatização específica da
Cemig e da Copasa em outubro/novembro (que, neste novo cenário, só
precisaria de aprovação do Legislativo estadual, sem necessidade de
referendo popular).
Na visão do Bradesco BBI, esses dois projetos de lei específicos
de privatização (Cemig e Copasa) estão prontos para serem enviados
ao Legislativo dependendo de quão boa for a tração para aprovar o
projeto de eliminação do referendo popular.
Para o banco, a Cemig parece ter assumido a liderança (à frente
da Copasa) nas intenções do estado de privatização por três
motivos: (i) embora a privatização da Copasa aparentemente
encontrasse menos resistência no Legislativo, a janela para
privatizá-la até meados de 2024 – antes das eleições municipais no
final do próximo ano – é apertada.
Além disso, como concessionária de energia elétrica, a Cemig
está sujeita a uma regulamentação federal unificada e abrangente
que não precisa de nenhum ajuste ou mudança para ficar pronta para
a privatização. “Por fim, estrategicamente, ao iniciar o debate com
o ativo mais difícil de privatizar (Cemig), se o estado obtiver
apoio no legislativo, faz sentido que seguir isso com a
privatização da Copasa seja muito mais fácil (do que o contrário)”,
explicam os analistas.
Em termos de avaliação, embora tenha uma recomendação neutra
para a ação da Cemig, o BBI acredita que, se as negociações de
privatização começarem efetivamente a evoluir, o risco/recompensa
poderá ser muito atraente.
Ao preço atual, a ação preferencial CMIG4 é negociada a uma taxa
interna de retorno (TIR) implícita de 12,0%, o que parece justo
para uma empresa estatal.
A Cemig também tem um rendimento de dividendos (dividend yield)
de 9,5% no exercício de 2023 e 8,9% no exercício de 2024, com
payout (pagamento de dividendos em relação ao lucro) de 50%, o que
é atraente e fornece um piso para avaliação (risco de aumento para
os dividendos se a Cemig aumentar seu payout).
Por fim, a relação entre Dívida líquida/Ebitda (lucro antes de
juros, impostos, depreciações e amortizações) da Cemig é muito
baixa, 1,1 vez em 2023, o que também oferece proteção, caso as
taxas de juros mais altas persistam por mais tempo.
Informações Infomoney
COPASA ON (BOV:CSMG3)
Historical Stock Chart
From Jun 2024 to Jul 2024
COPASA ON (BOV:CSMG3)
Historical Stock Chart
From Jul 2023 to Jul 2024