Analistas destacam questões para explicar queda das ações da Gerdau
February 08 2024 - 2:12PM
Newspaper
As ações preferenciais da Gerdau vêm sofrendo recentemente, com
queda de mais de 20% nos últimos 12 meses, com a desaceleração da
economia mundial e por conta da chamada “invasão do aço chinês” no
Brasil, que se deu após o setor imobiliário do gigante asiático
entrar em crise e suas siderúrgicas passarem a exportar mais seu
aço. No entanto, analistas vêm revisitando suas recomendações para
a empresa para cima.
Nesta semana, o Bradesco BBI, em relatório, definiu a empresa
como sua “principal recomendação no setor”, sugerindo a compra dos
papéis com o preço-alvo fixado em R$ 28, potencial de alta de 28,8%
frente ao fechamento dessa terça.
“Após o recente desempenho inferior no último ano, vemos um
ponto de entrada atraente para se beneficiar de uma combinação de
melhor atividade econômica no Brasil (40% do Ebitda, ou lucro antes
de juros, impostos, depreciações e amortizações, esperado para
2024) e um mercado siderúrgico ainda forte nos EUA (50% do Ebitda
esperado para 2024)”, dizem os analistas do banco.
O BBI ainda destaca que vê os preços globais do aço laminado e
do vergalhão subindo de 8% a 14% em 2024, o que diminuiria a
pressão nas margens das siderúrgicas. “Além disso, as discussões
sobre um potencial aumento nas tarifas de importação de aço estão
aumentando no Brasil (a questão é se as tarifas aumentariam para,
25% contra 10,8% atualmente), o que poderia proporcionar outra
camada de vantagem à nossa cobertura”, acrescentam.
Já há algum tempo, apesar do recuo, a siderúrgica tem sido a
favorita de analistas. Apesar de ser a única entre as grandes – CSN
(BOV:CSNA3) e Usiminas (BOV:USIM5) – que não tem exposição ao
minério, commodity que está oferecendo margens mais elevadas, o
fato de ela ter maior exposição aos Estados Unidos agrada
especialistas.
“O spread do metal nos EUA permanece em níveis saudáveis de
aproximadamente US$ 500 por tonelada e com alguma recuperação nos
volumes (+3% em base anual). Há também riscos ascendentes,
dependendo da trajetória de política monetária do Federal Reserve”,
comenta o BBI.
Angelo Belitardo, gestor da Hike Capital, em matéria do
InfoMoney no começo do ano, lembrou da sinalização dos EUA de
retirar o direito da sobretaxa de 103,4% da produção de aço
brasileira, uma barreira comercial, pode ser positiva. Isso com o
acréscimo de que a maior economia do mundo ainda estar rodando
estímulos para o setor de infraestrutura, que demanda aço longo e
flertando com o início do ciclo de queda dos juros, que normalmente
impulsiona o setor imobiliário e de veículos.
“Fora isso, a potencial queda de juros nos EUA ainda em 2024
torna as ações da Gerdau (BOV:GGBR3) (BOV:GGBR4) ainda mais
atrativas na cotação atual e o setor de aço tende a ser beneficiado
com a retomada do setor de e construção e infraestrutura no Brasil,
China e nos países desenvolvidos. Tudo isso por conta do ciclo de
queda na taxa de juros, o que impulsionará a demanda e cotação da
commodity”, completou na ocasião.
O Goldman Sachs, nos primeiros dias de fevereiro, também citou a
possibilidade de maior tributação ao aço chinês e melhora das
perspectivas nos EUA ao tirar sua recomendação de neutra para
compra, com preço-alvo em R$ 26. Fora isso, o banco americano
mencionou que as expectativas para os resultados da Gerdau, bem
como as ações, já caíram cerca de 20%¨em relação ao pico de junho
de 2023.
Diante disso, o Goldman acredita que o ciclo está propenso a ser
revertido dado pessimismo elevado dos investidores em relação à
Gerdau e ao ciclo do aço. Embora os catalisadores para essa
reversão não devam ser vistos a curto prazo, o banco considera que
os níveis de valuation estão atrativos, e recomenda que os
investidores comprem antes de um eventual ciclo de revisão
positiva.
Informações Infomoney
SID NACIONAL ON (BOV:CSNA3)
Historical Stock Chart
From Dec 2024 to Jan 2025
SID NACIONAL ON (BOV:CSNA3)
Historical Stock Chart
From Jan 2024 to Jan 2025