Há uma divisão entre os principais estrategistas de Wall Street
em relação às perspectivas de lucro das empresas americanas no
próximo ano. Enquanto Scott Chronert, do Citigroup Inc. (NYSE:C),
prevê que os lucros se mantenham sólidos mesmo em meio a uma
possível recessão econômica, Mislav Matejka, estrategista da
JPMorgan Chase & Co. (NYSE:JPM), acredita que a diminuição do
poder de precificação prejudicará a receita e as margens gerais,
independentemente do cenário de crescimento.
O Citigroup e o JPMorgan Chase também são negociadas na B3
através das BDRs (BOV:CTGP34) e (BOV:JPMC34), respectivamente.
Matejka expressa seu ponto de vista pessimista, argumentando
que, dada a alta base das margens, o crescimento dos lucros em 2024
pode ser mais estável do que ascendente, mesmo sem uma recessão
como cenário base. Ele adverte que, em caso de uma recessão total,
os lucros das empresas provavelmente cairão.
Este debate acontece em um momento em que as empresas
norte-americanas estão prestes a encerrar uma recessão de lucros um
trimestre antes do esperado. Os lucros do S&P 500 aumentaram 4%
no terceiro trimestre, superando as expectativas dos analistas, que
previam uma queda de 1,2%.
Embora os analistas esperem uma recuperação de 11% nos lucros em
2024 após uma queda de 0,5% em 2023, os riscos para o crescimento
econômico estão aumentando, com taxas de juros ainda elevadas e
preocupações sobre a saúde do consumidor expressas por empresas
como Target Corp. TGT, TGTB34) e Walmart Inc. (WMT, WALM34), que
são impulsionadas pelo motor que representa dois terços da economia
dos EUA.
Um índice do Citigroup mostra que as revisões em baixa nas
estimativas de lucros nos EUA superaram as revisões em alta por
nove semanas consecutivas, a sequência mais longa desde fevereiro.
No entanto, Chronert, estrategista de ações do Citigroup, enxerga
perspectivas de crescimento mais consistentes para os setores em
2024, apesar dos riscos de uma recessão econômica. Ele prevê uma
“recessão moderada” como cenário mais provável.
Em julho, Chronert aumentou sua meta para o S&P 500 no final
de 2023 para 4.600 pontos, após uma forte recuperação no primeiro
semestre. Atualmente, o índice está a menos de 2% desse nível.