Eletrobras e TIM assinam acordo para expandir comercialização de energia no mercado livre
November 18 2024 - 8:34AM
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A Eletrobras e a TIM Brasil assinaram um amplo acordo comercial
com iniciativas que vão da venda de energia elétrica a clientes
corporativos até soluções tecnológicas de 5G e internet das coisas
(IoT), mirando capturar oportunidades de negócios com a possível
abertura do mercado livre de energia a milhões de consumidores até
o fim da década.
A parceria vai começar com a comercialização de energia elétrica
à base B2B da operadora de telecomunicações, em movimento alinhado
à estratégia da Eletrobras de crescer no ambiente de contratação
livre (ACL) de energia, no qual passou a atuar com mais força nos
últimos dois anos.
O negócio ocorre em um momento de ampliação do mercado livre de
energia a um novo universo de consumidores de pequeno porte,
permitindo que estabelecimentos como supermercados e farmácias
possam negociar o insumo diretamente com fornecedores, sem
obrigatoriedade de comprar da distribuidora de energia local.
Essa evolução do mercado vem forçando as elétricas, acostumadas
a vender energia apenas a grandes indústrias e empresas, a
transformarem suas forças de vendas e condições de contratação de
energia para acessar novos mercados e lidar com demandas
distintas.
É nesse contexto que geradoras de energia têm buscado se
associar a empresas de serviços com grandes bases de clientes
finais, como é o caso da joint venture criada entre Auren e Vivo e
a parceria entre Comerc Energia, da Vibra, e Itaú.
Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5) e TIM (BOV:TIMS3) destacaram
que, só neste ano, 150 mil novos consumidores passaram a estar
aptos a migrar ao mercado livre. Também citaram a previsão de que,
até 2030, “mais de 80 milhões de consumidores” poderão acessar o
ACL, em referência aos planos do governo de abrir o mercado a
clientes residenciais.
As migrações de consumidores ao mercado livre bateram recordes
neste ano, com quase 21 mil adesões entre janeiro e outubro, três
vezes o registrado em todo o ano de 2023. Mas o potencial de
crescimento para os próximos anos é ainda maior, uma vez que o ACL
registra hoje menos de 60 mil consumidores, frente a quase 90
milhões do mercado cativo.
Com a maior rede móvel do país e a maior cobertura 5G, a TIM,
controlada pela Telecom Italia, disse que disponibilizará para a
Eletrobras seu “amplo canal de distribuição e diferentes soluções
de atendimento ao cliente”, enquanto a geradora entrará com sua
“expertise” e “robustez no fornecimento de energia renovável em
todo o país”.
Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, afirmou que o acordo
reforça o compromisso da operadora com práticas sustentáveis e tem
o potencial de “democratizar” o acesso ao mercado livre de energia
para seus clientes, além de contribuir para impulsionar o uso de
fontes renováveis no Brasil.
Já o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, destacou que a
parceria está “sintonizada com o objetivo da Eletrobras de se
tornar uma empresa completamente voltada para o cliente,
protagonista na comercialização de energia no mercado livre”,
oferecendo um ecossistema de comercialização com soluções completas
e “descarbonizadas”.
Outros projetos
O memorando assinado entre as duas empresas abre caminho para
outros projetos que vão além da venda de energia elétrica, como a
exploração de soluções tecnológicas no âmbito de conectividade 5G
para os ativos de geração e transmissão de energia e soluções de
IoT, como “smart metering” (medição inteligente de energia).
A Eletrobras vem buscando se posicionar no mercado livre, ainda
relativamente novo para a companhia, que praticamente não atuava na
área antes da privatização, em 2022. Nos últimos anos, a geradora
estruturou sua comercializadora de energia, tanto para o mercado
corporativo quanto para o “varejo” do setor elétrico e expandiu a
carteira para mais de 600 clientes livres.
Essa é uma vertente importante para a Eletrobras em meio à
descotização de suas usinas hidrelétricas, um processo negociado no
âmbito da privatização que liberará grandes volumes de energia para
que a companhia venda ao mercado nos próximos anos.
Informações Reuters
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