O conselho de administração da Hypera aprovou um programa de
recompra de ações de até 30 milhões de ações ordinárias que
representam 7,487% da quantidade de ações em circulação.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:HYPE3) na
sexta-feira, 18.
O prazo máximo de aquisição é de até 18 meses. O programa de
recompra encerra em 18 de abril de 2026.
A Hypera informou também que decidiu iniciar processo de
otimização do capital de giro, por meio da redução da política de
prazo de pagamento concedida aos clientes, com o objetivo de
incrementar sua geração de caixa operacional potencialmente em R$
2,5 bilhões até 2028 e em R$ 7,5 bilhões nos próximos 10 anos,
gerando maior flexibilidade financeira para capturar oportunidades
futuras de crescimento orgânico e inorgânico, além de melhorar sua
eficiência operacional.
“A companhia reforça que esta decisão não altera o foco na sua
estratégia de crescimento do sell-out que já no 3° trimestre e em
outubro de 2024 teve um crescimento de aproximadamente 11% e 13%,
respectivamente, bem como na diversificação do portfólio através de
inovação e investimentos em pesquisa e desenvolvimento e na
aceleração do mercado institucional”, afirmou a Hypera.
Neste contexto, a companhia descontinuou as projeções
financeiras (guidance) para o ano de 2024, como receita Líquida ao
redor de R$ 8,6 bilhões; Ebitda ajustado das operações continuadas
ao redor de R$ 3 bilhões; lucro líquido das operações continuadas
ao redor de R$ 1,85 bilhão.
A companhia divulgou a prévia de métricas dos resultados do 3°
trimestre de 2024, de maneira preliminar, não auditada e sujeita a
revisão até a data da divulgação oficial prevista para 13 de
novembro de 2024: receita Líquida ao redor de R$ 1,9 bilhão; Ebitda
ao redor de R$ 561 milhões; lucro líquido ao redor de R$ 370
milhões.
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(BOV:HYPE3) tem:
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R$ 22,16
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VISÃO DO MERCADO
De acordo com o comunicado, a empresa passará a ser mais
rigorosa em relação aos prazos de pagamento aos clientes, com o
objetivo de gerar um caixa adicional de R$ 2,5 bilhões até 2028.
Além disso, a companhia descontinuou seu guidance para 2024 e
divulgou números prévios para o último trimestre, com receitas,
Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações) e lucro bem abaixo das estimativas da XP.
A XP avaliou a iniciativa como negativa, uma vez que a mudança
substancial nas políticas comerciais da empresa devem ter um grande
impacto na receita e, consequentemente, no Ebitda e nos lucros –
mesmo em períodos futuros. Portanto, já esperava uma reação
negativa do mercado nesta segunda-feira (21).
Na mesma linha que a XP, o Goldman Sachs vê o efeito líquido dos
anúncios como negativo para a ação.
O Goldman Sachs comenta que já era cético quanto à possibilidade
da Hypera cumprir sua orientação para 2024, o que foi realmente um
dos principais motivos pelos quais rebaixou a ação para neutra em
agosto. No entanto, essa preocupação se materializou não apenas
mais cedo do que o esperado, mas também com uma quebra muito maior,
pois a orientação preliminar ao mercado implica uma redução
preliminar de 30% no Ebitda do terceiro trimestre de 2024 em
relação ao consenso, principalmente devido a uma queda de 16% ano a
ano nas receitas líquidas, enquanto as vendas aumentam 11%,
destacando altos níveis de estoque no canal de varejo.
Além disso, embora a mudança estratégica para melhorar a geração
de fluxo de caixa reduzindo as contas a receber e os níveis de
estoque dos clientes pareça adequada, os analistas do Goldman
acreditam que esse conjunto de anúncios provavelmente desancorará
as estimativas para 2025, dada a magnitude da perda de lucros de
curto prazo.
Em termos de avaliação, o banco vê as ações da HYPE3 negociando
a 10 vezes o Preço/Lucro contábil de fim de 2025 (13,3 vezes em um
cenário pessimista de benefícios fiscais), o que parece exigente à
luz da visibilidade de lucros mais fracos e do ambiente competitivo
estruturalmente mais feroz.
O Bradesco BBI, por sua vez, classifica as notícias como
positivas em geral, mas mantém recomendação neutra por enquanto
devido a (i) momentum negativo dos lucros, (ii) riscos de execução
e (iii) potencial tributação de benefícios fiscais de ICMS (25% do
lucro líquido estimado pelo Bradesco BBI para 2026). HYPE3 está
sendo negociada a 10,4 vezes e 7,4 vezes o múltiplo P/L esperado
para 2025 e 2026 (15x e 10x assumindo tributação potencial e sem
considerar nenhuma contrapartida) contra 12 vezes de sua média
histórica.
O BBI também elevou o preço-alvo para 2025 de R$ 34 para R$ 35
após incorporar a melhora no ciclo de caixa (172 dias versus 202
anteriormente e 240 no 2T24) e menor EBITDA, dada uma visão mais
conservadora sobre o crescimento da receita e margem bruta mais
fraca.
Analistas do BBI ainda reduziram a expectativa de lucro líquido
de 2025 em 25% e de 2026 em 7%.
O JPMorgan disse ter opiniões mistas sobre o anúncio, enquanto
esperava uma reação negativa ao anúncio. Por um lado, a Hypera se
retira de sua orientação pelo segundo ano consecutivo, enquanto
mais uma vez traz “preocupações” ao mercado sobre os níveis de
estoque do canal e desfocando a visibilidade em torno dos
resultados de curto prazo em um mercado que é orientado para o
curto prazo e focado no impulso do lucro por ação.
Por outro lado, segundo JPMorgan, sinaliza um foco crescente no
crescimento sustentável por meio da redução do capital de giro, o
que deve impulsionar uma melhor geração de fluxo de caixa livre.
Ainda assim, olhando para a redução pretendida de contas a receber
e contas a pagar para os principais players do setor, o banco
acredita que o plano é ambicioso e improvável de ser levado ao pé
da letra pelo mercado, embora haja espaço para melhorias
materiais.
Com as iniciativas anunciadas, o JPMorgan reduziu suas
estimativas de lucro por ação para 2024 e 2025 em 15% e 26%,
respectivamente, o que coloca a ação a 10,3 vezes o P/L para
2025.
Olhando para o desempenho do papel na Bolsa, o JPMorgan acredita
que a avaliação permanece pouco exigente e mantém recomendação
equivalente à compra para Hypera, pois ainda enxerga um sólido
potencial de valorização intrínseca em relação ao preço-alvo
revisado para baixo de R$ 43 para R$ 36.
Já o Morgan Stanley projeta que os lucros da Hypera em 2025
provavelmente serão afetados pela potencial redução do sell-in, o
que deve se traduzir em um P/L de 2025 mais alto aos preços atuais.
A empresa já foi rebaixada para neutra e preço-alvo de R$ 34, após
preocupações com crescimento, tributação potencial e, mais
recentemente, o mercado parece já estar precificando uma revisão
negativa do lucro por ação, já que a empresa agora está sendo
negociada a 8 vezes P/L (preço sobre lucro), muito abaixo da média
de 2 anos de 12 vezes.
“Embora inconsistente com uma empresa farmacêutica que se
beneficia do crescimento estrutural positivo, os múltiplos atuais
já parecem abranger os riscos da empresa e algumas das revisões
negativas que este anúncio pode causar”, destaca Morgan
Stanley.
O Itaú BBA, apesar das características de longo prazo ainda
convincentes na tese de investimento da Hypera, optou por adotar
uma abordagem mais cautelosa no curto prazo e cortou a recomendação
de “compra” para neutra (desempenho em linha com a média do
mercado) HYPE3, com um valor justo para o ano de 2025 de R$ 29 (de
R$ 37 anteriormente).
Informações Financenews
HYPERA ON (BOV:HYPE3)
Historical Stock Chart
From Oct 2024 to Nov 2024
HYPERA ON (BOV:HYPE3)
Historical Stock Chart
From Nov 2023 to Nov 2024