EUROPA
Por lá a primeira consideração é que a recuperação econômica
pós-crise de 2008 ocorre de forma assimétrica. Há países atrasados
em reformas, outros adiantados e problemas ainda sérios em países
da periferia.
Dentro disso, a liderança da Alemanha parece inconteste na zona
do euro e União Europeia. O país volta a mostrar indicadores
melhores e vai crescer mais fortemente ao longo de 2014, e essa
liderança exercida é importante para os demais países que compõem
esses blocos. A França fica devendo com recuperação atrasada e
perda de força interna de François Hollande.
Outro fator positivo reside na recuperação econômica do Reino
Unido, intitulada como robusta, com queda do desemprego e inflação
alta, mas com tendência de encolhimento. Há ainda leve expectativa
de bolha no segmento imobiliário, que convive com forte aumento de
preços de residências.
Mas há também fatores encorajadores partindo da Itália, Espanha
e Irlanda; e até mesmo por parte da Grécia, que já consegue formar
superávit primário. Outro fantasma bom.
BRASIL
O Brasil que quase sempre andou na contramão da economia global
está novamente nessa situação. Nossas contas públicas se
deterioram, nossas contas externas também, a inflação circula
próxima do teto da meta de 6,5% e o crescimento econômico é pífio,
abaixo do potencial, menor que a média global, que a média dos
emergentes ou mesmo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul).
Há mudanças constantes em marcos regulatórios, a produção
industrial beira a estagnação, os projetos de infraestrutura não
deslancham e os investidores locais e internacionais estão arredios
com os dados de conjuntura, concessões sem grande interesse e
possibilidade de rebaixamento da nota de classificação de risco
pelas maiores agências de rating.
Por aqui é fundamental que o governo produza choque de
credibilidade, fixando as novas diretrizes de política econômica no
rumo correto e que essas metas sejam cumpridas sem maquiagens. Meta
de inflação factível e cadente, execução de superávit primário
maior, déficit nominal menor e programas de privatização e
concessões que atraiam os maiores parceiros internacionais e não
aventureiros; seriam absolutamente requeridos, assim como melhor
tratamento para a taxa de câmbio flutuante.
Isso para não falar na necessidade de reforma fiscal e
tributária imprescindíveis. O Brasil segue sendo um dos raros
países que exportam tributos. O fantasma está no fato de 2014 ser
ano de eleições majoritárias e, como tal, não é de se prever maior
controle das contas públicas. Ao contrário, podemos intuir medidas
tendentes ao populismo e conchavos políticos-eleitoreiros que
certamente atrapalham o bom andamento da economia e distorcem a LRF
(lei de responsabilidade fiscal).
Esse é um fantasma mau!
Depois de tudo que tratamos aqui, convido você a assistir ao vídeo
a seguir sobre as possíveis conclusões que se pode tirar.
Espero você diariamente no Morning Call da ADVFN, das 9h às 9h45,
no auditório online, onde tratamos sobre os principais destaques e
tendências do dia para a economia e os mercados.
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