Depois de oscilar entre a mínima de 37.046 pontos em janeiro e a máxima de 65.291 pontos em novembro, ou seja, 28.245 pontos, ou 76% em 11 meses, o Índice Bovespa (BOV:IBOV) deve encerrar o ano com uma alta perto dos 38%, aos 59.700 pontos. Além das fortes emoções, este será o primeiro ano positivo desde 2012, quando o índice fechou com o ganho modesto de 7,4%.

Apesar do ganho expressivo, o índice, que patina abaixo dos 60 mil pontos nesta semana, não conseguiu sequer voltar aos níveis de 2012, quando fechou em 60.952 pontos, recuperando este ano apenas parte das perdas dos últimos três anos. Em 2013, o índice caiu 15,4%, em 2014, 2,9% e em 2015, 13,3%. Assim, o Ibovespa ainda fechará 2016 2% abaixo do nível de 2012.

Mas, se comparado aos 73.516 pontos de maio de 2008, máxima histórica do índice, o Ibovespa acumula queda de 18,8%. Mas aí já é sonhar demais.

Volume estável em reais e 42% menor em dólar

Os volumes negociados também pouco evoluíram, passando da média de R$ 7,250 bilhões em 2012 para R$ 7,426 este ano, o melhor da história, mas um pouco acima (1,3%) dos os R$ 7,332 bilhões de 2015. Em dólar, porém, o volume diário da Bovespa caiu de US$ 3,726 bilhões por dia em 2012 para US$ 2,155 bilhões este ano, uma redução de 42,16%, o que reflete a forte alta da moeda americana no período, mas também que os volumes não acompanharam essa desvalorização do real ou a recuperação dos preços das ações este ano.

Apenas um IPO no ano

Isso explica também o pouco interesse das empresas em lançar papéis no mercado, com duas ofertas apenas este ano, uma primária, da empresa de diagnósticos Alliar Medicina Diagnóstica, de R$ 766 milhões, e uma secundária (de ações já existentes) da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que vendeu cerca de R$ 2 bilhões em ações e passou para o Nível 2 de governança.

Pessoa física mais presente

A melhora da bolsa este ano pelo menos serviu para atrair de volta as pessoas físicas para o mercado. A participação desses investidores individuais cresceu para uma média de 17% do volume negociado no mercado de ações, para 13,7% em 2015 e 2014. O percentual é próximo do de 2012, de 17,9% do volume e reflete em parte o aumento da figura dos operadores individuais, pessoas físicas que tentam ganhar a vida na bolsa com operações de curtíssimo prazo ou day trade.

Estrangeiros passaram de 40% para 50% do mercado

Quem ganhou espaço no mercado brasileiro foram os estrangeiros, que com dólar mais forte e real mais fraco e com a retração dos investidores locais, aumentaram sua fatia no volume de 40,4% em 2012 para 52,3% este ano. No ano passado, eles já tinham ficado com 52,8% dos negócios, ou seja, mais da metade de cada venda ou compra de ação no mercado brasileiro foi de estrangeiros.

Fundos de pensão se retraem

Os fundos de pensão e outros clientes institucionais, por sua vez, abatidos pelos rombos descobertos em operações irregulares ou pela queda das ações, reduziram seu apetite pela bolsa e fecham o ano de 2016 com uma participação de 24,9%, para 27,2% no ano passado. Em 2012, respondiam por 32% dos negócios e ajudavam a equilibrar a balança do mercado com os estrangeiros. A perspectiva é que esses investidores, assim como as pessoas físicas, aumentem suas participações em 2017 e em outros anos, garantindo uma recuperação para o Índice Bovespa. Isso se a economia realmente entrar nos eixos.

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