Mercado endossa redução da meta de inflação
July 03 2017 - 8:54PM
Newspaper
Em mais um sinal de credibilidade da
equipe econômica no mercado financeiro nacional, a pesquisa Focus
do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira, revelou redução da
expectativa para a taxa básica de juros em 2018 de 8,50% para
8,25%. Para o fim de 2017, permanece a estimativa de 8,5%.
Já o top five (grupo de cinco
economistas que mais acertam previsões no Focus), reduziu a
expectativa para a taxa Selic em 2018 de 8,25% para apenas 8%. Para
o fim de 2017, o top five também reduziu a estimativa da taxa Selic
de 8,38% para 8,13%.
O banco Itaú, onde Ilan Goldfajn
atuou como economista-chefe antes de assumir a presidência da
autoridade monetária, foi ainda mais longe e espera que a taxa
básica de juros vá encerrar 2018 em 7,5%. Para o fim de 2017, a
instituição projeta a taxa básica de juros em 8%.
Os economistas estão alegando que a
redução da meta de inflação para 2019 (4,25%) e 2020 (4%) ajudará
ancorar as expectativas de longo prazo para a inflação, facilitando
o trabalho da política monetária.
O constante recuo das estimativas
para a inflação também segue retroalimentando o clima de otimismo
entre economistas e analistas. A projeção para o IPCA de 2017 caiu
de 3,48% para 3,46%, não só se distanciando do centro da meta
(4,5%), mas já se aproximando do limite inferior da margem de
tolerância (3%), algo inédito nos últimos 10 anos. Para 2018, o
boletim Focus aponta IPCA em 4,25%, contra 4,30% no levantamento
anterior.
Inflação e juros menores roubam
atenção do mercado, delimitando certo nível de preço para câmbio,
juros e bolsa. O Ibovespa (BOV:IBOV) bateu na principal região de
suporte localizada na faixa dos 60k e voltou a subir, recuperando
nesta segunda-feira a média móvel simples de 200 períodos diária,
já se aproximando da importante resistência dos 64,2k.
Caso a referida linha de resistência
seja superada nos próximos pregões, as vendas abertas tendem a ser
desarmadas, abrindo espaço para uma nova perna de alta. Por outro
lado, a manutenção de preços abaixo da resistência dos 64,2k mantém
o mercado travado numa congestão de curto prazo, porém com peso
maior na venda.
O contrato de juros futuros com
vencimento em 2020 renovou a mínima do mês passando, perdendo o
patamar de 9,50%. O rompimento da mínima aciona pivot de baixa de
curto prazo, abrindo espaço para novos recuos da taxa, que agora
conta apenas com o suporte localizado em 9,12%.
Enquanto o mercado segue encantado
com a queda da inflação e taxa de juros, os dados fiscais continuam
desenhando um cenário de insustentabilidade no futuro próximo,
juntamente com um PIB estranhamente fraco.
O Instituto Markit revelou nesta
segunda-feira que o Índice Gerente de Compras do Brasil (gráfico no
blog) reduziu o ritmo de expansão de 52 pontos registrados em maio
deste ano para 50,5 pontos em junho. O recuo na pontuação sinaliza
que o processo de retomada da atividade industrial, ainda em fase
inicial, já pisou no freio.
Movimento semelhante também ocorreu
na Rússia, onde o Índice Gerente de Compras recuou de 52,4 pontos
em maio para 50,3 pontos em junho. Já no México, o Índice Gerente
de Compras subiu de 51,2 pontos em maio para 52,3 pontos em junho.
Na Turquia, o Índice Gerente de Compras também subiu de 53,5 pontos
em maio para 54,7 pontos em junho.
Europa
O presidente francês, Emmanuel
Macron, disse hoje em sessão extraordinária no Parlamento que
pretende reduzir em um terço o número de deputados e senadores.
Atualmente, há 577 deputados e 348 senadores na França. Macron
também quer extinguir o Tribunal de Justiça da República,
responsável por julgar membros do governo no exercício de suas
funções.
O presidente da França mandou recado
para o Parlamento, ameaçando convocar um referendo caso suas
propostas não sejam aprovadas pelo Legislativo dentro de um ano.
Seu discurso deu ânimo ao mercado vendido na Europa das últimas
semanas, incentivando o ressurgimento da força compradora nesta
segunda-feira. A bolsa de Paris fechou o pregão em forte alta,
trabalhando formação de fundo aos 5.117 pontos.
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