O IRB Re reportou lucro líquido de R$ 115,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 142,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o resultado do ressegurador subiu 77,8%.

O crescimento é explicado por um aumento nos prêmios emitidos pelo IRB, que diluíram os pedidos de indenização e levaram a uma queda na sinistralidade da companhia. Com esse conjunto de fatores, o resultado de subscrição subiu 990,5% em um ano, para R$ 117,9 milhões no terceiro trimestre.

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O prêmio emitido pela companhia teve alta de 10,1%, para R$ 2,166 bilhões, com crescimento tanto no Brasil quanto no exterior. No mercado doméstico, os prêmios do IRB subiram 7,1%, para R$ 1,973 bilhão, enquanto no internacional, houve avanço de 27,1%, para R$ 372,9 milhões.

“Os resultados indicam uma tendência positiva e crescente, demonstrando a consistência da estratégia de negócios”, diz em nota o presidente do IRB, Marcos Falcão. “Neste trimestre, o lucro líquido foi influenciado pelo bom resultado de subscrição. Também registramos o efeito não recorrente da venda de um terreno no Rio de Janeiro.” A venda do terreno levou a um impacto positivo no resultado patrimonial do IRB de R$ 37 milhões, de acordo com o balanço.

O diretor técnico de Subscrição do IRB, Daniel Volpe, afirma que a concentração dos negócios no Brasil contribui para aumentar a rentabilidade. “O mercado brasileiro vem apresentando crescimento orgânico e de taxas. Nos nove primeiros meses do ano, nosso prêmio no Brasil teve alta de 10%, ultrapassando os R$ 4 bilhões, ao mesmo tempo em que reduzimos em 21% no exterior.”

A sinistralidade caiu 6,1 pontos porcentuais em um ano, para 67,9%. Houve reduções nos volumes de sinistros nos segmentos rural, de riscos especiais e patrimonial, de acordo com Volpe. A tragédia no Rio Grande do Sul teve impacto pequeno, de R$ 5 milhões no trimestre.

O resultado financeiro do IRB caiu 13,5% em um ano, para R$ 145,9 milhões. Somado ao resultado patrimonial, o número teve alta de 7,4%, para R$ 196,4 milhões.

“Encerramos o terceiro trimestre com R$ 8,5 bilhões em ativos financeiros, em linha com o reportado no terceiro trimestre de 2023. A alocação destes recursos pode ser dividida em 61% de ativos no Brasil e 39% no exterior”, diz o diretor-geral da IRB Asset, Paulo Valle.

Os resultados da IRB (BOV:IRBR3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 12/11/2024.

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(BOV:IRBR3) tem:

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Teleconferência

O processo de restruturação do IRB (Re) deve ser concluído neste ano, afirmou nesta quarta-feira o presidente-executivo da resseguradora, Marcos Falcão, ressaltando a forte melhora no resultado da empresa no terceiro trimestre.

“A evolução do lucro líquido mostra que o processo de ‘turnaround’ da companhia está consolidado e consideramos que ele termina ainda em 2024”, afirmou o executivo em teleconferência com analistas sobre o balanço.

“Na virada do ano, estaremos virando a página do processo de ‘turnaround’”, reforçou. “O IRB(Re) está fortalecido para começar 2025 preparado para fazer um grande ano”, acrescentou.

O IRB(Re) registrou lucro líquido de 115,9 milhões de reais, um salto de 142,8% ante mesmo período do ano passado.

VISÃO DO MERCADO

As ações chegaram a saltar mais de 5% no início da sessão desta quarta-feira (13), amenizaram ao longo do pregão e depois passaram a cair 5,45%, a R$ 41,11, às 10h45 (horário de Brasília).

Conforme aponta o Goldman Sachs, os prêmios emitidos e ganhos desaceleraram em relação ao 2T24, perdendo força no Brasil, enquanto os prêmios no exterior aumentaram na base trimestral. Ainda assim, os resultados operacionais se beneficiaram de menores custos de aquisição relacionados ao fim de um contrato específico de risco de vida.

Os resultados operacionais estão agora mais próximos do ponto de equilíbrio, enquanto os resultados financeiros permaneceram em território positivo, avalia o banco. No geral, o IRB registrou uma expansão gradual na lucratividade, com o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) atingindo 10,4% (ante 6,1% no 2T24 e 4,6% no 3T23).

“Embora a surpresa em nossa previsão tenha decorrido principalmente de menores custos de aquisição, continuamos a ver espaço para resultados operacionais melhorarem no futuro com menores sinistros, enquanto prêmios emitidos e ganhos podem acelerar em relação aos níveis atuais”, avalia o Goldman.

Para o JPMorgan, com o ajuste da venda do imóvel, o EBT (lucro antes de impostos) ficaria 8% abaixo do que projetava. No geral, o banco vê uma melhora na dinâmica de receita com prêmios emitidos crescendo 10% ano a ano e prêmios retidos em um ritmo ainda mais forte de 26% anualmente (embora perdendo -13% versus a projeção do JP).

A agricultura foi um destaque negativo no Brasil (-11% ante 3T23), como esperado, mas surpreendeu com o bom desempenho do segmento no exterior (+41% ). O índice de sinistralidade foi pior neste trimestre, subindo 290 pontos-base trimestre a trimestre, mas compensado por uma rescisão específica do contrato de vida – que ainda se precisa confirmar se é sustentável.

“No geral, continuamos a ver um caminho claro de recuperação da lucratividade no IRB, mas as altas expectativas do mercado sobre o ritmo de melhoria podem gerar decepção em nossa visão”, avalia o JPMorgan.

A Genial aponta que, embora o ROE ainda esteja abaixo do custo de capital, a empresa demonstra uma trajetória de recuperação. Esse desempenho foi impulsionado por uma melhora no resultado de underwriting, uma redução nas despesas com comissionamento e a expansão do resultado financeiro, que juntos contribuíram para um trimestre mais forte.

O BTG Pactual reforça que o IRB continua seu longo processo de turnaround (virada), com uma melhoria contínua nos resultados, trimestre após trimestre. Apesar da recente recuperação da receita líquida, a administração continua priorizando a rentabilidade em detrimento ao crescimento (com a receita líquida crescendo abaixo da faixa alvo de 10-15%), garantindo renovações de contratos a bons preços (com uma sinistralidade combinada em torno de cerca de 100% nos últimos 12 meses, apesar do impacto no Rio Grande do Sul).

“Em resumo, acreditamos que o IRB já atingiu um piso de lucro líquido anualizado de R$ 100 milhões por trimestre (algo impensável há pouco tempo). À medida que continua melhorando seus resultados, esperamos que a empresa comece a pagar dividendos no próximo ano, uma vez que elimine os prejuízos acumulados no seu balanço patrimonial. Além disso, podemos ver reversões de provisões relacionadas aos sinistros no Rio Grande do Sul nos próximos trimestres (baseado na dinâmica de seguradoras no 2T)”, avalia o BTG, que reitera recomendação de compra.

As recomendações são diversas para IRBR3, uma vez que o Goldman Sachs possui visão neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 50 (potencial de alta, ou upside de 15% frente o fechamento de terça), JPMorgan tem recomendação underweight (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda). A Genial tem recomendação de manutenção, com preço-alvo de R$ 47 (upside de 8%).

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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