Apesar de esperar uma boa temporada de lucros para o setor
financeiro no quarto trimestre, o Itaú BBA destaca que os ventos
contrários à atividade econômica estão aumentando e afirma preferir
qualidade em vez de valor. Por isso, o banco optou por rebaixar a
ação do Bradesco de compra para venda, com preço-alvo de R$ 14.
O BBA espera que os resultados do 4T24 do Bradesco sejam
razoáveis, com lucro de R$ 5,5 bilhões e ROE (retorno sobre
patrimônio) de 13%, graças a despesas de provisão controladas e
bons resultados de seguros.
Os analistas também cortaram a projeção para margem financeira
líquida (NII, na sigla em inglês) do banco em 7% devido a um NII de
mercado e NIMs de clientes mais fracas.
Somado a isso, as despesas gerais e administrativas (SG&A)
subiram para 8% na base anual devido a investimentos mais pesados
em tecnologia e inovação.
Em termos de avaliação, o BBA vê a ação do Bradesco negociado a
0,7 vez Preço/ Valor Patrimonial e ressalta que a ação ainda tem
valor, especialmente considerando o lucrativo negócio de seguros, e
a gestão está fazendo muitas coisas certas.
“No entanto, a recuperação mais lenta dos lucros e a crescente
incerteza provavelmente manterão os múltiplos deprimidos por mais
tempo”, explica o BBA.
O JPMorgan também manteve recomendação neutra para Bradesco
(BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) e preço-alvo de R$ 16, uma vez que
recuperação do banco pode ser desacelerada pela Selic e pelo ciclo
econômico. Recentemente, analistas reduziram a projeção de NII de
mercado para zero e a expectativa de crescimento da carteira de
crédito de 9% para 7%.
BTG
Em contraste com os grandes bancos, o BBA afirmou que está cada
vez mais positivo em relação ao BTG (BOV:BPAC11) e prevê um lucro
sólido de R$ 3,4 bilhões no 4T24, além de vários indicadores de
qualidade nas divisões de franquia de clientes.
O BBA espera um ritmo robusto de captação líquida de dinheiro em
Asset & Wealth, bem como a continuação da expansão da linha de
empréstimos corporativos.Para 2025, o BBA prevê lucros de R$ 14,2
bilhões para BTG, representando um crescimento de 14% na base anual
e ROE de 23%, provavelmente na faixa inferior das metas da gestão.
Dados recentes indicando saídas em fundos de crédito podem ajudar o
BTG a reter mais emissões a spreads melhores.
No geral, o BBA vê uma combinação favorável de risco/recompensa,
com a ação sendo negociada a 7,7 vez Preço/Lucro para 2025,
representando um híbrido de valor/crescimento.
Além das tendências orgânicas, segundo BBA, o BTG também está
bem posicionado para utilizar seu capital e capacidade de execução
para fazer movimentos estratégicos. Com isso, BBA reiterou
classificação de outperform e elevou preço-alvo de R$ 35 para R$
38, considerando-o uma das principais escolhas para o ano.
O JPMorgan também reforçou sua visão positiva com BTG, elevando
a recomendação do banco de neutro para compra e preço-alvo de R$
38, após seu desempenho inferior ao esperado no ano passado (queda
de 26% do BTG contra queda de 11% do Ibovespa desde janeiro de
2024). O múltiplo atual de 7,3 vezes do P/L para 2025 oferece um
bom ponto de entrada para uma empresa que triplicou seus lucros
desde 2019, na visão de analistas.
Apesar das condições desafiadoras, o JPMorgan projeta um
crescimento anual composto (CAGR) de lucros de 16% de 2024 a 2026 e
antecipa que os múltiplos do BTG se alinhem com os do Itaú, dado
seu ROE ligeiramente superior e menor payout.
Itaú
O Itaú (BOV:ITUB3) (BOV:ITUB4) continua sendo a principal
escolha do JPMorgan entre os banco brasileiros, com recomendação de
compra e preço-alvo de R$ 39, uma vez que o banco tem um alto
rendimento de dividendos (9%), ROE superior a 22% e está bem
posicionado para enfrentar os ventos contrários do capital –
basicamente, está em uma posição melhor do que a maioria dos
concorrentes.
Banco Brasil
O JPMorgan reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$
31, considerando que a Selic mais alta é positiva para as margens
do BB (BOV:BBAS3), o agronegócio deve atingir um ponto de inflexão
em 2025 (o 4T24 ainda será instável, conforme dados do BCB até
novembro), e a fase de implementação do IFRS em 4 anos deve
proporcionar alívio para o capital.
Além disso, o JPMorgan cita que alguns investidores estão
preocupados que o governo use a empresa estatal para intervenção
econômica, como fez no passado, mas que o BB negociando a 3,5 vezes
P/L ou quase 30% de rendimento de lucros (quando a previsão for
inferior a 10% nas taxas) faz olhar o banco com bons olhos.
Santander
O JPMorgan avalia que Santander (BOV:SANB11) e Bradesco sejam os
dois nomes mais negativamente expostos à Selic elevada em relação à
sua parcela de NII de mercado. No entanto, o banco americano disse
preferir o Santander Brasil, já que a empresa já apresenta ROE
maior e vem desacelerando o crescimento da carteira de crédito
antes de outros bancos, o que é um ponto positivo diante de um
ciclo de crédito.
Além disso, poucos investidores também demonstram interesse
devido ao pequeno free float (9% do total, atualmente em R$ 90
bilhões ou US$ 14,8 bilhões).
O JPMorgan manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$
32.
Nubank
O BBA espera um sólido fechamento de ano para o Nubank
(BOV:ROXO34) em termos de livro de empréstimos (49% na base anual)
e lucros (R$ 3,4 bilhões e ROE de 31%). O ambiente macroeconômico
foi forte, e é um trimestre sazonalmente melhor para os volumes de
cartões de crédito, com penetração de empréstimos pessoais
provavelmente aumentando, compensando o ritmo mais lento do
financiamento via Pix.
O BBA reiterou recomendação neutra para Nubank e preço-alvo de
R$ 13, pois vê a avaliação de 22 vezes P/L como pouco atraente.
Inter
O BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 7 para o
Banco Inter (BOV:INBR32), uma vez que espera um 4T24 sólido com
lucro líquido de R$ 300 milhões (ROE de 13%), com todos os itens
operacionais atendidos. A carteira de empréstimos deve crescer a um
ritmo de 37% na base anual, com cartões liderando, NIMs mais altos
e baixo custo de risco.
Negociando a 1,1 vez P/Valor Patrimonial e 8 vezes P/L, o Inter
é principal aposta do BBA em small caps no setor financeiro.
Informações Infomoney
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