Em meio a um ambiente macroeconômico volátil, o JPMorgan revisou suas estimativas para as empresas de transporte sob sua cobertura, incorporando um aumento no custo do capital próprio de 0,5 ponto percentual em média.

O banco americano decidiu rebaixar a ação da Movida (BOV:MOVI3) e da Azul (BOV:AZUL4) de equivalente à compra para neutro devido a avaliações ajustadas ao risco relativamente menos atraentes e riscos superiores de balanço patrimonial quando comparados aos pares.

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Por outro lado, optou por elevar a recomendação para Vamos (BOV:VAMO3) de neutro para equivalente à compra e ressaltou sua preferência por Santos Brasil (BOV:STBP3) e Rumo (BOV:RAIL3), seguidos por Localiza (BOV:RENT3).

Azul e Movida

O JPMorgan rebaixou os dois nomes de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para equalweight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) devido a maior alavancagem e menor geração de fluxo de caixa (FCF) – quando comparados aos principais nomes de cada segmento, apesar do bom momento operacional e do potencial de alta sólido.

Na Movida, o banco vê a negociação a 10,6 vezes e 6,9 vezes Preço/Lucro para 2024 e 2025, um desconto de 30 a 40% em relação à Localiza, que está abaixo do desconto histórico de cerca de 50%, além de um perfil de alavancagem e queima de caixa menos favorável em meio ao aumento das taxas de longo prazo.

Segundo estimativas, a alavancagem deve permanecer próxima a 3,5 vezes dívida líquida para Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos próximos trimestres, em comparação com Localiza abaixo de 3,0 vezes. No entanto, analitas continuam a saudar o plano de reestruturação em andamento da administração da Movida, que tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 10,50.

Para Azul, o JPMorgan vê a ação negociando a 4,9 e 4,5 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda 2024 e 2025, um prêmio de 10% em média em relação a Copa e LATAM, as principais escolhas do banco entre as companhias aéreas, o que parece injustificado levando em consideração a superioridade dos fluxos de caixas (FCFs) e perspectivas de balanço patrimonial dos seus pares.

O banco ressalta que ainda prefere Azul em relação à Gol, com classificação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), entre as companhias aéreas brasileiras, e acredita que uma possível fusão e aquisição poderia desbloquear valor para as duas companhias, embora considere improvável que isso se materialize. O preço-alvo é de R$ 19.

Vamos

Os analistas do JPMorgan avaliam que a Vamos passou por um período desafiador recentemente, mas os resultados estão prestes a melhorar sequencialmente – apesar do ainda desafiador 2T em termos de recuperação de ativos – e a visibilidade dos lucros parece melhor do que no ano passado, também quando comparado a nomes de aluguel de carros.

De acordo com relatório, a ação está negociando a 8,3 vezes o Preço/Lucro de 2025, bem abaixo da sua média histórica de 18 vezes, e aluguéis de carros a 9 vezes. O banco também disse gostar da abordagem mais conservadora da administração em relação à alocação de capital. Com isso, elevou recomendação equivalente à compra e tem preço-alvo de R$ 13,50.

Santos Brasil, Rumo e Localiza

O JPMorgan reitera recomendação overweight para Santos Brasil e preço-alvo de R$ 17, graças à sua avaliação razoável de 7,2 vezes EV/Ebitda para 2025, um rendimento FCF de 5% e 6% para 2024 e 2025, levando a um rendimento de dividendos de 6% e 7%, e um balanço patrimonial desalavancado de 0,1 vez dívida líquida/Ebitda no 1T24.

Para Rumo, a avaliação também parece atraente a 6,7 vezes EV/Ebitda para 2025, somada a um momento de lucro favorável no curto prazo devido a contratos take-or-pay, apesar da falta de geração de fluxo de caixa livre e incertezas relacionadas a 2025. Dessa forma, mantém classificação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 30.

O JPMorgan também reiterou recomendação de compra para Localiza e preço-alvo de R$ 70, pois vê o papel negociado a 11,4 vezes P/L em 2025 como atraente, além de uma grande assimetria de risco no nome, dado seus retornos superiores (4,3-5,0 p.p. spreads ROIC em 2024 e 2025), mas reconhece que o timing para a valorização depende dos preços de veículos usados e atualmente assumiu um ponto de inflexão na depreciação apenas no final do ano.

Revisão em números

Em termos de Ebitda de 2024 e 2025, o JPMorgan revisou para cima em dígitos únicos em média para nomes de infraestrutura, manteve quase estável para empresas de aluguel de carros e revisou para baixo no caso das companhias aéreas.

Com relação aos lucros líquido, o banco também revisou para cima para nomes de infraestrutura, enquanto para aluguel de carros devido à maior depreciação revisou para baixo. Considerando a média para todas as empresas, agora o banco está 1,5% abaixo do consenso da Bloomberg para Ebitda este ano e 5% em termos de lucros líquidos.

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