Petrobras: analistas do BBI destacam potencial concorrência com a petroleira saudita Aramco
February 16 2024 - 12:50PM
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O ano começou positivo para a Petrobras, com as ações entre as
maiores altas do Ibovespa seguindo o petróleo e com as boas
perspectivas de dividendos da estatal. Diversos bancos têm
reiterado compra para as ações: esse foi o caso do Bradesco BBI,
que elevou nesta semana o preço-alvo de PETR4 para as ações de R$
38 para R$ 48. Contudo, os analistas da casa também apontam um
risco que pode afetar o fluxo de capital para os ativos.
O BBI destacou que a potencial “concorrência” com a petroleira
saudita Aramco é a fonte desse risco. A Arábia Saudita está perto
de contratar bancos para uma oferta subsequente de ações, que
poderia captar entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões e ficaria
entre as maiores dos últimos anos. “Na nossa opinião, a dimensão
dessa oferta seria bastante significativa e muito provavelmente
captaria fluxos de outros mercados emergentes, sendo a Petrobras
uma potencial candidata [a ter esses recursos drenados]”,
avalia.
O banco lembra que a Petrobras (BOV:PETR4) (BOV:PETR4) teve um
desempenho bem mais forte do que a Aramco desde o início da guerra
Israel/Hamas, iniciada em 7 de outubro de 2023. Segundo os
analistas do BBI, a guerra em si pode não ser necessariamente a
causa (ou pelo menos a única causa) da diferença de desempenho, mas
acreditam que o medo de que a guerra se intensificasse, causando
danos à infraestrutura da Aramco, pode ter alguma influência no
desempenho.
A Aramco, cita ainda, perdeu sua correlação com o petróleo desde
o surgimento do conflito no Oriente Médio. “Embora a correlação
entre as ações da Aramco e os futuros do Brent tenha sido de 0,82
de 2021 até outubro de 2023, esta correlação enfraqueceu para 0,2
desde então”, avalia o Bradesco BBI, conforme destacam os gráficos
abaixo.
Os analistas ressaltam que, neste contexto, haver poucas opções
entre os emergentes tem sido um poderoso aliado da Petrobras,
também levando em conta que as empresas russas estão fora de
cogitação e ainda há pouco interesse nas empresas chinesas.
Na América Latina, a mexicana Pemex também enfrenta maior
desconfiança: nesta semana, a Moody’s rebaixou o rating de crédito
de B1 para B3, atribuindo um “outlook” (perspectiva) negativo. O
rebaixamento incorpora a mudança de avaliação sobre o apoio do
governo mexicano à empresa, de “muito alto” para “alto”, sendo
provável que haja mudança na disposição do governo em apoiar o
serviço da dívida da petroleira nos próximos anos, em um contexto
de crescente necessidade de criação de caixa da Pemex e das
perspectivas de maior deterioração fiscal do governo mexicano em
2024.
Nos últimos 12 meses, os papéis PETR3 saltaram 82% e os PETR4
subiram 102%. O fato de a brasileira ter um ADTV (volume médio de
negociação) muito elevado, um valor muito atrativo e os níveis de
dividendos tornam a tese de investimento ainda mais atraente aos
olhos de muitos investidores.
Os analistas da casa apontam que, à medida que 2024 avança e se
uma escalada da guerra Israel-Hamas for considerada menos provável,
e a oferta da Aramco também avançar, poderia haver alguns riscos
para o fluxo de investimentos na Petrobras, especialmente durante
um período em que os investidores já terão direito aos dividendos
extraordinários de 2023 e estarão em uma janela mais distante de
qualquer remuneração extraordinária para 2024 (no 2T24 ou
3T24).
“Dito isto, seguimos destacando que as perspectivas para o
dividend yield (dividendo em relação ao valor da ação) da Petrobras
para 2024 e 2025 parecem muito mais atraentes do que as da Aramco”,
afirmam, mantendo a visão otimista para a estatal brasileira.
Informações Infomoney
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Historical Stock Chart
From Jun 2024 to Jul 2024
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Historical Stock Chart
From Jul 2023 to Jul 2024