A Sabesp registrou lucro líquido de R$ 846,3 milhões no terceiro
trimestre, queda de 21,7% na comparação com o mesmo período do ano
passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 2,414 bilhões, uma
retração de 13%.
A margem Ebitda ajustada terminou em 37,4%, ante 35,7% de um ano
antes, sendo que a margem Ebitda ajustada, sem receitas de
construção, atingiu 47,1%, ante 46,1%.
O resultado financeiro líquido ficou negativo R$ 428,9 milhões,
ante um resultado positivo de R$ 118,5 milhões de um ano antes.
As variações monetárias e cambiais líquidas ficaram negativas em
R$ 98 milhões, ante saldo positivo de R$ 348 milhões de um ano
antes, principalmente pela valorização do dólar e do iene no 3º
trimestre.
A receita líquida atingiu R$ 6,453 bilhões, uma alta de 7,8%.
Desconsiderando construção, os custos e despesas somaram R$ 3.454,2
milhões, um acréscimo de 9,6%.
Os resultados da Sabesp (BOV:SBSP3) referentes
às suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram divulgados no
dia 09/11/2023.
Teleconferência
O CEO da Sabesp, André Salcedo, reforçou nesta sexta-feira (10)
que o projeto de privatização da companhia está em fase de debate e
a expectativa do governo do Estado de São Paulo é de que seja
aprovado até o fim do ano. Neste momento, disse ele, o processo
encontra-se na fase 1, de detalhamento, refinamento e desenho.
“Já recebemos a notificação para buscar o sindicato de bancos
para entender como será realizado o processo de oferta no ano que
vem”, afirmou, a analistas e investidores, afirmando que isso será
realizado tão logo o projeto seja aprovado pela Assembleia
Legislativa.
O CEO destacou ainda que há “muitas conversas acontecendo sobre
o modelo de regulação que irá vigorar após a desestatização”.
Conforme ele, todo o processo “tende a se materializar ao longo dos
próximos meses”.
A Sabesp, que divulgou seus resultados financeiros na noite de
quinta-feira (9), lucrou 21% menos que no trimestre equivalente em
2022.
Ações da companhia oscilam, entre perdas e ganhos. Por volta das
14h05, subiam 0,21%, cotadas a R$ 61,25.
Sobre os contratos que serão assinados com os municípios na
privatização, o diretor reforça que haverá apenas uma assinatura
realizada pelas Unidades Regionais de Serviços de Água Potável e
Esgotamento Sanitário (URAEs).
“É possível que os municípios se manifestem antes do final do
ano para concordar com a privatização” diz o CEO.
O executivo não ofereceu detalhamento dos contratos comerciais,
mas reforçou que o contrato com os municípios será assinado no
âmbito da URAE.
“Gostaríamos sim, muito, que os municípios se manifestassem
antes do fim do ano com a concordância mas a assinatura do contrato
será realizado em outro momento, pela URAE”, reforçou.
Sobre a regulação, a expectativa da Sabesp é que as conversas se
intensifiquem em novembro e que seja definido até o final desse
ano, para que possa passar pelas formalidades necessárias para
entrada em vigor.
“Não há nada decidido, o conceito que foi materializado é que há
espaço para melhoria da regulação. É um trabalho que está em curso
e não há detalhamento da melhoria”, comentou o CEO.
“Há conversas para buscar alavancas de melhorias para a
regulação” diz Salcedo.
- Questionamentos após apagão elétrico em
SP
O apagão que ocorreu na cidade de São Paulo e arredores também
foi tema da teleconferência. “É natural haver esse tipo de
questionamento após esse evento que impactou a todos nós, inclusive
a Sabesp” avalia Salcedo.
O executivo considerou que o debate trouxe “uma luz” sobre o
modelo de regulação que está em desenvolvimento no momento
“O que há no contexto do debate da regulação é: quais são os
melhores modelos de regulação aplicáveis ao nosso caso”, disse o
CEO.
O executivo comentou que a crise hídrica já enfrentada é uma
prova que a regulação já comporta esse tipo de esforço e destaca o
aumento da disponibilidade hídrica através de iniciativas de
dessalinização.
“A minha percepção é que o processo [de privatização] irá andar
depois que esses esclarecimentos acontecerem” considera o CEO.
VISÃO DO MERCADO
BB Investimentos
O BB Investimentos elevou a recomendação da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de neutra para
compra e o preço-alvo de R$ 58 para R$ 76,50, potencial de alta de
21,2% sobre o fechamento de ontem.
O analista Rafael Dias escreve que os resultados de terceiro
trimestre da Sabesp já mostram os primeiros sinais das melhorias
implementadas pela nova diretoria, trazendo bom desempenho
operacional, mas prejudicado na comparação anual pela base
comparativa do resultado financeiro.
O banco destaca que o crescimento de 10,5% nas receitas é efeito
do aumento no volume faturado total e também dos reajustes
tarifários de maio. A companhia também registrou queda nos custos e
despesas, fazendo com que o Ebitda subisse 13,4% no ano, mais que o
faturamento.
“O resultado financeiro prejudicou a comparação anual
principalmente porque a base comparativa conta com variações
monetárias e cambiais positivas em montante relevante”, comentam.
Por isso, o lucro líquido teve queda de 21% mesmo com melhor
desempenho operacional positivo.
O analista atualizou estimativas para incorporar o programa de
demissão voluntária realizado no segundo trimestre e a revisão
tarifária extraordinária de abril. A possibilidade de privatização
ainda não foi levada em conta na avaliação, sendo que os
fundamentos da Sabesp vão melhorar independentemente do
processo.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
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