O Grupo Soma reportou lucro líquido ajustado de R$ 113,2 milhões
no quarto trimestre de 2023 (4T23), montante 13,9% superior ao
reportado no mesmo intervalo de 2022, informou a companhia.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 238,5 milhões no
4T23, um crescimento de 13,2% em relação ao 4T22.
A margem Ebitda ajustada atingiu 15,9% entre outubro e dezembro
do ano passado, alta de 0,4 p.p. frente a margem registrada em
4T22.
A receita líquida somou R$ 1,498 bilhão no quarto trimestre do
ano passado, crescimento de 10,4% na comparação com igual etapa de
2022.
O lucro bruto ajustado atingiu a cifra de R$ 861,4 milhões no
quarto trimestre de 2023, um aumento de 16,1% na comparação com
igual etapa de 2022. A margem bruta ajustada foi de 57,5% no 4T23,
alta de 2,9 p.p. frente a margem do 4T22.
As vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) cresceram 8,9%
no 4T23, um crescimento de 1,5 p.p. em relação ao mesmo período de
2022.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 58,9 milhões
no quarto trimestre de 2023, ante perdas de R$ 56,3 milhões da
mesma etapa de 2022.
As despesas comerciais, gerais e administrativas ajustadas
totalizaram R$ 612,3 milhões, representando 40,9% da receita
líquida do trimestre, aumento de 2,5 p.p.
Em 31 de dezembro de 2023, a dívida líquida da companhia era de
R$ 816,7 milhões, contra R$ 580,3 milhões mesma etapa de 2022.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida
líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,2 vez em dezembro/23, alta de
0,3 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.
Os resultados da Grupo Soma (BOV:SOMA3)
referentes às suas operações do quarto trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 25/03/2024.
Teleconferência
O Grupo Soma promoveu no quarto trimestre de 2023 uma série de
ajustes relacionadas à Hering, a marca com maior peso no portfólio
da empresa. Foi feito uma baixa contábil de quase R$ 2 bilhões e
uma mudança no sistema de estoques. A expectativa é que a nova
forma de atender os fraqueados leve a uma melhora de rentabilidade
nos próximos trimestres.
Gabriel Lobo, diretor-financeiro do Grupo Soma, explicou que foi
feito no quarto trimestre uma baixa contábil (impairment) de R$ 1,9
bilhão na Hering em consequência das reavaliações no ativo feitas
em decorrência da lei das subvenções (lei 14.789) e da Reforma
Tributária.
Esse ajuste, no entanto, não causou um efeito caixa e não impede
a amortização do ágio pelo compra da Hering, realizada em 2021. A
empresa é ainda detentora de marcas como a Animale, Farm e Fabula,
entre outras.
“Tivemos dois efeitos não controláveis. Um foi a entrada da
tributação sobre os benefícios fiscais (MP das subvenções) e a
outra foi a Reforma Tributária. Os dois efeitos combinados causaram
esse impairment. Mas isso não tem efeito caixa e ainda podemos
utilizar o benefício fiscal”, disse durante teleconferência com
analistas.
O benefício fiscal, de pouco mais de R$ 1 bilhão, decorrente do
ágio da aquisição poderá ser utilizado para o pagamento de Imposto
de Renda (IR) a partir de 2025.
Outro ajuste feito na empresa referente à Hering é sobre a
gestão dos estoques. A companhia passará a trabalhar com um estoque
menor ao longo da coleção.
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O CEO da empresa, Roberto Jatahy, afirmou que os franqueados
precisam se acostumar a fazer os pedidos no momento do show room de
lançamento. Caso deixem para depois, é possível que fiquem
desabastecidos.
Essa mudança já trouxe efeitos nos resultados do quarto
trimestre, em que as vendas aos consumidores (sell-out) cresceu
mais nos canais próprios da empresa (12%) em relação às franquias
(7%). O sell in (venda a franqueados) caiu 4,1%.
“A partir do segundo trimestre, ou terceiro trimestre, vamos ver
um sell in bem mais forte, talvez até mais forte que o ‘sell out’,
ajustando os níveis de estoque dos franqueados”, disse.
Para ele, isso irá contribuir para a melhora das margens da
empresa, que ainda contará com uma expansão da rede ao longo de
2024. Está prevista a abertura de 20 a 25 lojas.
Fusão
Jatahy se mostrou ainda confortável com o processo de fusão com
a Arezzo & Co, que deve se concretizar ao longo do segundo
trimestre. Segundo ele, o objetivo de garantir o crescimento das
marcas no longo prazo.
“Sempre existiu um desejo muito grande de unir essas duas
operações e criar uma ‘House of Brands’ brasileira. A gente
conseguiu um modelo de associação que nos deu conforto. O que a
gente quer não é a melhor relação de troca, mas uma estrutura
longeva. (…) O Objetivo é alinhar os interesses de todas as marcas
no longo prazo. Para isso, eu gostaria mais do que um prêmio de
controle, é ter a possibilidade de cuidar do meu patrimônio junto
com o Alexandre (Birman, CEO da Arezzo)”, disse.
Na visão dos analistas do Bradesco BBI, os números apresentados
pelo Grupo Soma indicam uma melhora para o ano de 2024. Com isso, a
projeção é de um lucro líquido de R$ 312 milhões, mas o preço-alvo
para a ação permanece inalterado em R$ 9. A preocupação é em
relação às notícias com a fusão.
“Todos os olhares deverão estar voltados para os próximos passos
da fusão com a Arezzo&Co, que esperamos o fechamento para o
final do segundo trimestre”.
Já o Itaú BBA também manteve a recomendação de outperform, mas
com preço-alvo de R$ 12. A avaliação é positiva mesmo sem
considerar os ganhos de sinergia com a fusão entre as duas
empresas. “Vemos um P/L [preço sobre lucro] ajustado para 2025 de
14 vezes, sem incluir sinergias, e uma visão construtiva para o
segundo semestre de 2024”, avaliaram.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
Grupo De Moda Soma ON (BOV:SOMA3)
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From Oct 2024 to Nov 2024
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