O lucro líquido da Telefônica Brasil, dona da Vivo, cresceu 8,9%
no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023,
chegando a R$ 1,222 bilhão, de acordo com balanço.
O aumento no lucro está relacionado, principalmente, à expansão
do faturamento na sua linha de serviços de telefonia e internet
móveis, bem como redução de despesas de caráter financeiro.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e
amortização) aumentou 7,3% na mesma base de comparação anual, indo
a R$ 5,455 bilhões. A margem Ebitda ficou estável em 39,9%.
A receita operacional líquida da companhia aumentou 7,4%,
totalizando R$ 13,679 bilhões. O desempenho foi puxado pelo
segmento móvel, com avanço de 8,8%.
Por sua vez, a receita do segmento fixo cresceu 3,9%. Esse
número representa o maior incremento desde 2015, com destaque para
o avanço de 17,1% da receita com fibra ótica.
Os custos totais da operação aumentaram 7,5%, para R$ 8,224
bilhões. Enquanto isso, o resultado financeiro (saldo entre
receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 351
milhões, o que representa uma redução de 27,6% em um ano.
Segundo a companhia, essa melhora do resultado financeiro se
deve a uma reversão de atualizações monetárias de provisões para
contingências relacionadas à adesão ao Programa de Anistia do
Estado de São Paulo, que teve efeito positivo de R$ 330 milhões no
período.
A linha de imposto de renda e contribuição social cresceu 72,5%,
para R$ 458 milhões. E a linha de depreciação e amortização de
ativos aumentou 6,5%, para R$ 3,414 bilhões.
Os resultados da Telefônica Brasil (BOV:VIVT3)
referentes às suas operações do segundo trimestre de 2024
foram divulgados no dia 29/07/2024.
Teleconferência
Não foram apenas as receitas e o lucro da Telefônica Brasil/
Vivo que chamaram atenção no segundo trimestre de 2024. O balanço
divulgado na noite de ontem (29) também mostrou que o nível de
endividamento da companhia, medido pela relação entre dívida
líquida e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros,
impostos, depreciações e amortizações), caiu 3,7% em relação aos
três primeiros meses do ano, para 0,5 vez. Com esse patamar de
alavancagem, a empresa estaria em “boa posição para um evento de
consolidação”, escreveram os analistas do Itaú BBA.
“Nosso nível de endividamento baixo e caixa positivo nos dá
flexibilidade para realizar operações”, admitiu Christian Gebara,
CEO da Vivo, em coletiva de imprensa sobre os resultados
trimestrais. Segundo ele, sem revelar detalhes, a empresa avalia
algumas possibilidades. Em maio passado, a companhia admitiu manter
conversas a respeito de uma potencial operação com a Desktop
(DESK3), provedora de serviços de internet do interior de São
Paulo.
Recentemente a Vivo anunciou a aquisição da Ipnet, empresa do
Rio de Janeiro e uma das principais parceiras do Google no Brasil.
A compra pode chegar a R$ 230 milhões – o valor está atrelado ao
cumprimento de metas operacionais e financeiras nos próximos quatro
anos.
A Ipnet, especializada em revenda de produtos e serviços
relacionados ao Google Cloud e Google Workspace, diversifica o
portfólio B2B (de serviços para empresas) da Vivo em um ponto focal
de sua estratégia.
“No pós-pandemia, as empresas decidiram migrar para a nuvem de
forma mais acelerada, trabalhando com mobilidade, e não mais dentro
de servidores. Cloud é um foco e tem maior relevância [dentro da
estratégia], por conta desse movimento”, afirma Gebara.
O CEO explica que a atuação da Vivo em nuvem está mais
concentrada em outros players, mas diz que a empresa quer “aumentar
sua presença em Google”, que, segundo ele, “vem crescendo em cloud
e workspace em pequenas e grandes empresas”. A receita de cloud da
Vivo no segundo trimestre de 2024 atingiu R$ 1,655 bilhão.
Ainda que demonstre apetite por aquisições, a Vivo mantém a
intenção de distribuir aos acionistas um valor igual ou superior a
100% do lucro líquido obtido no exercício social deste e dos
próximos dois anos. A remuneração paga em 2024 já atingiu R$ 4,137
bilhões.
Em termos de investimentos, a companhia deve continuar
expandindo em fibra óptica, porém prefere crescer em receitas que
não necessitam de capex, reafirmou Gebara.
VISÃO DO MERCADO
O Bradesco BBI considera o resultado positivo, uma vez que a
Vivo confirmou todas as tendências positivas da visão construtiva
do banco. A receita e o Ebitda cresceram 7,4% e 7,3% na base anual
superando a inflação em mais de 3 pontos percentuais (pps), e
ficando aproximadamente 1% acima das expectativas do banco. Já a
receita de serviços móveis (MSR) foi um destaque positivo, com
expansão anual de 8,8%, 1% acima do esperado, reforçando a visão
positiva sobre os fundamentos do mercado móvel no Brasil.
Para XP, a Vivo reportou resultados sólidos no 2º trimestre em
termos de crescimento de receita, mas o lucro líquido ficou abaixo
do esperado. A empresa registrou um forte crescimento de receita,
com FTTH (fibra óptica para casa) e receitas de serviços móveis
(MSR) crescendo +17,1% e +8,8%, respectivamente.
Já o lucro líquido ficou 13% abaixo da expectativa do Goldman e
8% abaixo do consenso, principalmente devido a depreciação e
amortização maiores do que o esperado, e uma taxa de imposto
efetiva.
No nível operacional, o Itaú BBA ressalta que a Vivo continuou a
migrar clientes com sucesso para o segmento pós-pago, o que,
juntamente com melhores preços, levou a um crescimento do ARPU
(receita média por usuário) acima da inflação. “O ponto baixo do
trimestre foi a perda da receita líquida, que é amplamente
atribuível a uma taxa de imposto efetiva maior do que a
antecipada”, diz o banco.
A XP, BBA e Goldman mantêm recomendação de compra e preço-alvo
de, respectivamente, R$ 64, R$ 60 e R$ 56,50.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
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