O grupo educacional Yduqs registrou lucro líquido consolidado de
R$ 150,7 milhões no primeiro trimestre, ligeiro avanço de 0,8% na
comparação ano a ano.
Analistas, em média, esperavam um lucro de R$ 184 milhões para a
Yduqs no período, segundo dados da LSEG.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda) somou R$ 509,1 milhões no período, alta de 3% em relação
ao mesmo período no ano passado, mas abaixo do esperado pelo
mercado, de R$ 524 milhões.
O Ebitda ajustado foi de R$ 517,2 milhões, crescimento de 6,8%
ano a ano. A margem Ebitda ajustada recuou 1,6 ponto percentual, a
35,3%.
A base total de alunos da organização do setor de ensino
superior subiu 5,3%, para 1,38 milhão, com alta nos segmentos de
ensino digital (+6%), presencial (+2%) e premium (+18%).
A captação total no trimestre somou 266,5 mil alunos,
praticamente estável no comparativo anual.
O grupo de educação teve receita líquida consolidada de R$ 1,46
bilhão, avanço de 11,5% em relação aos três meses encerrados em
março de 2023.
“Em todos os negócios, o aumento da receita foi possível devido
ao crescimento do ticket, tanto na captação quanto no repasse para
alunos veteranos, e pelo crescimento das bases de graduação”,
afirmou a empresa em relatório de resultados.
Os resultados da Yduqs (BOV:YDUQ3)
referente suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 13/05/2024.
Teleconferência
Um dos principais pontos endereçados pela administração da
companhia trata de gastos que impactaram o balanço. O gasto com
marketing foi explicado como esperado e parte da estratégia da
companhia.
“Como opção nossa, gastamos um pouco mais aqui”, disse Eduardo
Parente, CEO da companhia, sobre o aumento de despesas de
marketing. Rossano Marques, CFO da Yduqs, destacou que o trimestre
foi marcado por crescimento de receita em todos os segmentos,
ressaltando o bom desempenho do presencial. Em relação às despesas,
o executivo explicou o aumento de PDD como efeito não recorrente,
embora tenha aumentado 2%.
“Não, não preocupa, não estagnou”, afirma o CEO sobre o avanço
do EaD. O “esgotamento” do segmento foi rechaçado pelo CEO, que
considera que há espaço de crescimento considerando a demanda da
população por ensino superior. “A gente vai buscar a linha de
publicidade por aluno, que a nossa é, disparado, a menor do
mercado. Já era planejado desde o início e está perfeitamente
alinhado com o plano que fizemos”, comenta.
A ampliação do acesso pela internet e a possibilidade de ensino
com preços mais modestos são os pontos de maior relevância para a
modalidade, que deve se manter em alta. “Tem muita gente para vir
estudar ainda e o acesso, para quem está de fora, é o EaD”,
ressalta Parente, destacando também o crescimento tanto do
presencial quanto do semi-presencial.
VISÃO DO MERCADO
A Yduqs apresentou números vistos como neutros ou ligeiramente
negativos de acordo com analistas no balanço do primeiro trimestre
de 2024. Apesar de linhas dentro do esperado, a margem apareceu
mais pressionada que o esperado. Com isso, às 10h26 (horário de
Brasília), YDUQ3 caía 8,07%, a R$ 14,35.
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Para o Bradesco BBI, os números, apesar de fracos, vieram de
acordo com as expectativas mas o segundo trimestre de 2023 deve
trazer recuperação. As linhas impactadas no trimestre, como a
margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e menor admissão no
Ensino a Distância (EaD), devem se recuperar no próximo
período.
A visão da XP foi neutra em relação aos números apresentados. O
crescimento de receita foi destaque nas três Unidades de Negócios
(BUs) e foi impulsionado também por aumentos de tickets no geral,
assim como números ligeiramente positivos de captação.
A pressão por aumento de PDD (provisão por devedores duvidosos)
foi ressaltada também pela corretora, assim como o Itaú BBA. Apesar
de ainda trazer alavancagem considerada alta, a Yduqs tem
demonstrado redução gradual. Mesmo considerando os resultados
neutros, o Research da XP continua apostando no setor educacional e
destaca o “momentum” de resultados.
Apesar do balanço apresentar dados positivos na receita, o
Morgan Stanley destaca que o trimestre teve mais pontos negativos.
Dentre eles, estão a admissão abaixo do esperado no EaD e a demanda
mais fraca. O banco estrangeiro ressalta que é possível que a
demanda impacte a competição de preços, que deve se tornar mais
agressiva. Apesar de considerar a PDD como algo relevante para o
balanço, a principal preocupação do banco é a DIS (Diluição
Solidária), que pode se tornar um problema no longo prazo. A DIS é
uma campanha que permite aos estudantes pagarem R$ 49 nos primeiros
meses do processo de captação e diluir a diferença no valor
integral das parcelas.
Já receita total e lucratividade ficaram em linha com
expectativas, mas com tendências mais suaves, em especial no setor
Digital, de acordo com o Itaú BBA. O segmento decepcionou com
menores volumes de admissão que o esperado, assim como a pressão de
margem de 1,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior. O dado
é motivado pelo aumento de 53% em despesas com as chamadas PDD no
segmento de EaD.
O lucro líquido, apesar de alinhado às orientações quando
ajustado, não demonstrou crescimento expressivo sem ajustes (+1%).
Os resultados foram considerados negativos pelo BBA, que ressaltou
também a ausência de orientações (guidance, em inglês) para o
próximo trimestre.
Números limpos, aumento de receita líquida mas provisões mais
altas que o esperado resumem o balanço para o BTG Pactual. A
ausência de efeitos não recorrentes foi suficiente para que a
análise considerar o balanço de forma positiva, com números em
linha com o esperado.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters e TC
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