Hoje, à margem do G20, um grupo de líderes dos setores público e
privado lançou a Coalizão Brasil para o Financiamento da
Restauração e da Bioeconomia (Coalizão BRB). O objetivo é acelerar
a conservação e a restauração das florestas brasileiras por meio de
investimentos direcionados e agregados de pelo menos US$ 10 bilhões
até 2030 (entre todos os membros da coalizão).
O presidente Biden anunciou o lançamento da coalizão em Manaus,
capital do estado do Amazonas, numa ocasião histórica: a primeira
visita de um presidente dos Estados Unidos da América à região
amazônica. Em seu discurso, clamou por ações mais ambiciosas e
novas abordagens para proteger a Amazônia e, ao mesmo tempo,
construir uma economia mais verde e mais próspera. Ele destacou a
coalizão como um sinal do crescente reconhecimento da necessidade
de novas parcerias para acelerar o financiamento e o investimento
climáticos.
Entre os membros fundadores, encontram-se as seguintes
instituições: Agni, Banco do Brasil, BNDES, Biomas, BTG Pactual,
Conservação Internacional, Corporação Financeira dos Estados Unidos
para o Desenvolvimento Internacional, IDB Invest, Instituto
Arapyaú, Instituto Clima e Sociedade, Instituto Itaúsa, Mombak, The
Nature Conservancy, Regia Capital, re.green, Grupo Banco Mundial e
Fórum Econômico Mundial.
A expectativa é que a Coalizão BRB apoie projetos que tenham o
objetivo de conservar e restaurar pelo menos 5 milhões de hectares
de florestas no Brasil, contribuindo para os esforços brasileiros
de deter e reverter o desmatamento. As metas da coalizão também
incluem lançar — até 2030 — projetos que ajudem a sequestrar pelo
menos 1 gigatonelada de emissões de CO2 e investir US$ 500 milhões
em iniciativas que beneficiem povos indígenas e comunidades locais,
com foco na região amazônica.
A coalizão pretende manter-se alinhada ao Plano de Transformação
Ecológica do Brasil e complementar as iniciativas brasileiras nas
áreas de clima e natureza, entre as quais a Plataforma Brasil de
Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica e o
Nature Investment Lab. Ela espera alavancar investimentos em
atividades-chave da bioeconomia — como agricultura de baixa emissão
de carbono, projetos de manejo florestal e ações de uso da terra —
para apoiar a meta do Brasil de restaurar 12 milhões de hectares de
floresta até 2030. Ao longo de 2025, a coalizão colaborará para
promover resultados concretos em apoio a essas metas. Esses
resultados serão anunciados na Conferência das Nações Unidas sobre
as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), a ser realizada em Belém,
no Brasil, no final de 2025.
O Instituto Clima e Sociedade (iCS), com o apoio do Nature
Investment Lab, assumirá o secretariado da coalizão para apoiar
suas ações iniciais em 2025.
“O lançamento desta coalizão no final da presidência brasileira
do G20 e na fase preparatória da COP30 destaca um momento crucial
para a mobilização de recursos financeiros para atividades de
restauração e bioeconomia em grande escala. Temos a honra de apoiar
esta iniciativa, que vai ao encontro de nosso recém-lançado Nature
Investment Lab e da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e
para a Transformação Ecológica (BIP). Ela fortalecerá a coordenação
entre partes interessadas públicas, privadas e da sociedade civil
na alavancagem de financiamento para soluções baseadas na natureza
no Brasil”, disse Maria Netto, diretora executiva do Instituto
Clima e Sociedade (iCS).
“O governo do presidente Lula, desde seu primeiro dia, tem
fortalecido e se comprometido com a agenda florestal como eixo para
o desenvolvimento brasileiro. O inegável esforço de redução do
desmatamento na Amazônia brasileira está representado na redução de
47% do índice de desmatamento nos últimos dois anos. O BNDES, como
parte relevante dessa estratégia, tem concentrado esforços para
converter o Arco do Desmatamento num Arco da Restauração. São mais
de R$ 1 bilhão entre recursos reembolsáveis (Fundo Clima) e não
reembolsáveis (Fundo Amazônia), todos disponibilizados
imediatamente. A agenda da restauração é o caminho mais eficiente
para a captura de carbono, a inclusão social e a redução das
desigualdades regionais. O recente lançamento do BNDES Florestas
Crédito é um exemplo do comprometimento do banco com a agenda,
ouvindo demandas do setor para adequar a estrutura de garantias às
características específicas desses projetos. São ações como essas
que reforçam a já bem-sucedida agenda de mobilização de recursos da
iniciativa Floresta Viva, premiada pela Alide. Os editais lançados
em 2023 e 2024 já mobilizaram mais de R$ 500 milhões para
atividades de restauração em todos os biomas brasileiros,
destacando ações em manguezais, bem como no Cerrado, no Pantanal e
na Caatinga. Estamos empenhados na Missão 1.5, bem como na redução
de barreiras e na mobilização de recursos para o desenvolvimento do
setor no Brasil”, declarou Aloizio Mercadante, presidente do
BNDES.
“Estamos orgulhosos de fazer parte da Coalizão BRB, pois ela
destaca a importância da restauração florestal no Brasil como uma
ferramenta de impacto com foco nos negócios, que aborda, ao mesmo
tempo, a desigualdade social, a perda de biodiversidade e a crise
climática. Não temos tempo a perder, e é importante tomar ações
decisivas desde já. É crucial ampliar essa atividade nos próximos
anos, e para tal será necessário catalisar recursos e garantir a
qualidade dos projetos”, disse Fabio Sakamoto, CEO da Biomas.
Gerrity Lansing, diretor do Timberland Investment Group do BTG
Pactual, disse: “A Coalizão Brasil para o Financiamento da
Restauração e da Bioeconomia busca destravar o potencial de
investimentos sustentáveis que protejam o meio ambiente enquanto
promovem o crescimento econômico, combinando conservação ambiental
com inovação econômica. À medida que avançar, a coalizão pretende
fornecer soluções concretas para as mudanças climáticas, ao mesmo
tempo que restauram a natureza e contribuem para a prosperidade da
bioeconomia. O BTG Pactual tem orgulho de se unir à coalizão e
apoiar a liderança do Brasil na restauração florestal e no
desenvolvimento da bioeconomia florestal.”
“A Amazônia funciona como o sistema nervoso central do nosso
planeta — regulando os padrões climáticos globais, afetando o
fornecimento de alimentos e água doce e protegendo a extraordinária
diversidade biológica da Terra. Ao protegermos a saúde do planeta,
estamos protegendo nossa própria saúde”, disse Patricia Zurita,
diretora de Estratégia da Conservação Internacional. “A Coalizão
BRB reconhece não apenas a escala do problema, mas também a solução
mais eficaz: canalizar financiamento em grande escala diretamente
para povos indígenas e comunidades locais, que protegem suas terras
há séculos. O futuro de nossas economias, nossas comunidades e
nosso planeta dependem de iniciativas como esta. A Conservação
Internacional está ansiosa para empenhar toda nossa energia em prol
de seu sucesso.”
“O lançamento da Coalizão BRB é um passo importante na
mobilização dos investimentos necessários para proteger e restaurar
as inestimáveis florestas brasileiras e, ao mesmo tempo, fomentar
um crescimento econômico sustentável. Embora a América Latina seja
altamente vulnerável aos impactos das mudanças climáticas, a região
também abriga enorme potencial como fonte de soluções baseadas na
natureza escaláveis e capazes de nos ajudar a superar esses
desafios globais. Acreditamos que a coalizão possa representar um
marco para a promoção de soluções de financiamento climático de
grande impacto, capazes de empoderar as comunidades locais,
promover a biodiversidade e construir economias resilientes e
sustentáveis”, disse Gabriel Azevedo, diretor de Estratégia da IDB
Invest.
“Há 16 anos, o Instituto Arapyaú trabalha para fomentar e
fortalecer redes e coalizões no Brasil, pois crê que somente por
meio da colaboração e do engajamento de múltiplas partes
interessadas será possível alcançar soluções escaláveis para
desafios complexos. A formação da Coalizão BRB é muito poderosa.
Como país, temos a capacidade de avançar nas agendas da restauração
e da bioeconomia, e iniciativas como esta coalizão podem transmitir
a força necessária para alavancar os resultados”, declarou Renata
Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú.
“Celebramos a adoção pelo G20 dos princípios de alto nível para
a bioeconomia. Esta iniciativa transforma os princípios em ações. A
Coalizão Brasil para o Financiamento da Restauração e Bioeconomia
fomentará investimentos na bioeconomia e contribuirá para a criação
de uma economia global que seja mais produtiva e positiva para o
clima, a natureza e as pessoas”, disse Marcelo Furtado, CEO do
Instituto Itaúsa.
“O lançamento desta coalizão no contexto do G20 reforça a
oportunidade e a responsabilidade de alavancar recursos financeiros
para a restauração e gestão sustentável da bioeconomia em grande
escala, visando à manutenção de florestas nativas e à transição
para um modelo econômico de baixo carbono. Os atrasos têm custado
cada vez mais à humanidade; por isso, compromissos concretos e
colaborativos como este ajudam a indicar o caminho para soluções
inovadoras para o clima e a biodiversidade”, afirmou Karen
Oliveira, diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais
da The Nature Conservancy (TNC) Brasil.
“A formação da coalizão reflete uma mensagem muito robusta e
clara: o Brasil é a plataforma de lançamento de uma economia verde
inclusive e transformadora, capaz de gerar prosperidade
compartilhada para todos, sem exceções. As soluções baseadas na
natureza constituem a contribuição mais relevante que podemos
oferecer como país neste novo momento de capitalismo global. O
mercado de capitais brasileiro tem a responsabilidade de inovar e
mobilizar o capital necessário para que essa oportunidade se
traduza em ganhos reais para a comunidade global. Estamos
orgulhosos e felizes de fazer parte deste marco da consolidação de
uma nova maneira de pensar sobre a relevância econômica e
geopolítica dos países”, declarou José Pugas, diretor de
Sustentabilidade da Regia Capital.
“A restauração de florestas tropicais desempenha um papel de
extrema importância na busca de soluções para a crise climática, na
reversão da perda de biodiversidade e na geração de oportunidades
econômicas sustentáveis para as comunidades vizinhas. O Brasil tem
o potencial de se tornar um líder nesse setor, e a re.green se
orgulha de ser um dos membros fundadores da Coalizão BRB. Para
ampliarmos a escala de nossa contribuição, é necessário coordenar
as ações dos setores público e privado em toda a cadeia de valor, e
esta nova aliança nos dá um forte sinal nessa direção”, disse
Thiago Picolo, CEO da re.green.
“O Reino Unido acolhe de muito bom grado os objetivos da
Coalizão Brasil para o Financiamento da Restauração e da
Bioeconomia e reconhece o potencial da iniciativa de gerar impactos
positivos e duradouros para as pessoas e florestas brasileiras.
Nosso país se posiciona ao lado dos países que abrigam florestas no
mundo todo, apoiando suas visões locais de um futuro positivo para
as florestas que também seja bom para as pessoas, o clima e a
natureza”, disse Maggie Charnley, vice-diretora da Unidade de
Florestas Internacionais do Departamento de Segurança Energética e
Net Zero do Reino Unido.
“O Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares até
2030, melhorando suas funções ecossistêmicas e estimulando a
capacidade produtiva. A Coalizão Brasil para o Financiamento da
Restauração e da Bioeconomia é o tipo de parceria
público-privada-filantrópica inovadora que é necessária para ajudar
a atingir uma meta tão ambiciosa. O momento de começar é agora”,
disse Jack Hurd, diretor da Nature Positive do Fórum Econômico
Mundial.
O Grupo Banco Mundial apoia as agendas brasileiras de
restauração e bioeconomia no contexto de sua iniciativa Amazônia
Viva e em parceria com a iniciativa Amazônia para Sempre do Banco
Interamericano de Desenvolvimento. “Do lado do setor público, o
BIRD está financiando o programa do Banco do Brasil para restaurar
florestas e pastagens e desenvolver a bioeconomia em terras rurais
prioritárias pertencentes aos clientes desse grande banco público”,
disse Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil.
“Enquanto isso, no setor privado, a IFC investiu, em julho de 2024,
num título vinculado à sustentabilidade emitido pela Natura
Cosméticos, com metas de desempenho para ampliar a aquisição de
bioingredientes na Amazônia brasileira”, disse Manuel Reyes-Retana,
diretor regional da IFC para a América do Sul.
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